escolhas

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Entrei e fechei a poda, deixando que meus olhos se ajustassem

escuridão. Perguntei-me se Ren estaria na casa ao lado e ponderei se deveria ou não esclarecer as coisas com ele aquela noite.

Cheguei à sala e arquejei baixinho quando avistei a forma familiar do meu tigre branco de olhos azuis esparramado no sofá de couro. Ren ergueu a cabeça e olhou diretamente em minha alma.

Lágrimas vieram-me aos olhos. Eu não havia me dado conta de que sentira tanto a falta desse lado dele, o meu amigo. Ajoelhei-me diante do sofá, joguei os braços em torno de seu pescoço e deixei que grandes lágrimas jorrassem, escorrendo pelo meu rosto até seu pelo branco e macio. Acariciei sua cabeça e alisei suas costas. Ren estava ali. Finalmente estava comigo. Eu não estava mais sozinha. De repente percebi que ele devia ter se sentido assim também, ficando sem mim todos esses meses.

Reprimi um soluço.


— Ren, eu... eu senti tanta saudade. Queria falar com você. Você é meu melhor amigo. Eu só não queria limitar suas escolhas. Você consegue entender isso?

Meus braços ainda envolviam com força seu pescoço quando senti que ele se transformava. Seu corpo se metamorfoseou e logo seus braços estavam a em torno do meu corpo e eu me encontrava sentada em seu colo. Sua camisa branca estava úmida das minhas lágrimas.

Abraçando-me com força, ele disse:

— Eu também senti saudade, iadala. Mais do que você imagina. E entendo suas razões para partir.

— Entende? — murmurei de encontro à sua camisa.

— Sim. Mas quero que você entenda uma coisa também, Kells. Você não limita minhas escolhas. Você é a minha escolha.

— Mas, Ren... — funguei.

Ele puxou minha cabeça de volta para seu ombro.

O Resgate do TigreWhere stories live. Discover now