histórias de guerra

35 0 0
                                    


Acordei quando o avião aterrissou na água de um pequeno lago, que aparentemente era adjacente à propriedade de Ren e Kishan. Nilima desligou os motores e Kishan saltou para o píer e prendeu as cordas a fim de segurar a aeronave. O Jeep estava estacionado ali perto.

Àquela altura, minhas roupas estavam quase secas, sujas e muito desconfortáveis. O Sr. Kadam me ofereceu a oportunidade de trocá-las, dizendo que poderia criar roupas novas com o Lenço Divino, mas recusei quando ele mencionou que estávamos a apenas 10 minutos de casa.

O Sr. Kadam dirigiu, enquanto os garotos se acomodaram na traseira e Nilima se apertou comigo no banco da frente. Ren permanecia como tigre e parecia contente apenas quando Kishan estava por perto. Em casa, o Sr. Kadam sugeriu que eu tomasse uma ducha quente e dormisse, mas o dia já estava amanhecendo e, embora eu estivesse exausta, queria conversar com Ren.

A única coisa que me convenceu a deixá-lo foi a pressão que tanto o Sr. Kadam quanto Kishan fizeram sobre mim. Ren ainda

precisava de tempo para se curar e seria melhor que ele se mantivesse como tigre por enquanto, argumentavam eles. Concordei em tomar banho logo, mas disse-lhes que desceria logo em seguida para ver como ele estava. Kishan me carregou até o quarto, me ajudou a tirar os sapatos e removeu a atadura elástica. Então me deixou no banheiro, fechando a porta silenciosamente ao sair.

Minhas mãos estavam trêmulas. Manquei até o chuveiro e liguei a água quente. Ele está aqui! Em segurança! Conseguimos. Vencemos Lokesh e não perdemos ninguém. Eu me sentia nervosa. Quando entrei embaixo da água, perguntei-me o que deveria dizer primeiro para Ren. Tinha tantas coisas para lhe contar. Meu corpo doía. Eu sentia uma fisgada no ombro que fora atingido por uma caixa pesada e agora estava ficando roxo.

Tentei tomar um banho rápido, mas cada movimento era uma agonia. Eu não havia sido talhada para isso. Rolar no chão e na sujeira não era para mim. Ocorreu-me o pensamento de que eu deveria ter sentido dor em Kishkindha e Shangri-lá. Eu deveria estar muito machucada depois da batalha com os pássaros. Eu me curara lá. Rapidamente. A não ser pela mordida do kappa, eu me curara nesses lugares mágicos.

Ren parecia estar se recuperando, mas eu imaginava que suas feridas não fossem apenas físicas. Ele passara por tanta coisa... Eu não sabia como ele tinha conseguido sobreviver, porém me sentia extremamente grata por isso. Teria que agradecer a Durga por ajudá-lo. Ela certamente cumpriu sua promessa. Manteve meu tigre em segurança.

Fechei a torneira, saí do chuveiro e lentamente vesti meu velho pijama de flanela. Eu queria me apressar, mas até escovar o cabelo doía. Trancei-o, impaciente, e manquei a uma velocidade de lesma até a porta do quarto. Encontrei Kishan do outro lado, me esperando, com as costas apoiadas na parede e os olhos fechados.

Ele também tomara um banho e trocara de roupa. Sem nenhuma palavra, me pegou nos braços e me carregou para o andar térreo, para a sala do pavão. Acomodou-me na poltrona de couro perto do Sr. Kadam antes de se sentar de frente para mim, ao lado de

Nilima. Ren ainda estava na forma de tigre, deitado aos pés de Nilima, enquanto eles conversavam baixinho.

O Sr. Kadam, dando tapinhas no meu braço, disse:

Ele ainda não mudou, Srta. Kelsey. Talvez tenha ficado como homem tempo demais.

Tudo bem. O importante é ele estar aqui agora.

Fiquei olhando meu tigre branco. Ele havia erguido a cabeça brevemente quando entrei na sala e então deitou-a de novo sobre as patas e fechou os olhos. Eu não podia deixar de me sentir decepcionada por ele não estar deitado perto de mim. O simples fato de tocar-lhe o pelo já teria sido reconfortante, mas então eu me repreendi: Eu deveria estar mais preocupada com ele do que comigo. Eu não fui torturada meses a fio. O mínimo que posso fazer é não pressioná-lo.

O Resgate do TigreWhere stories live. Discover now