Prefácio

1K 23 3
                                    

O plangers é meio parecido com o Jack Nicholson. Tem as mesmas sobrancelhas em forma de gaivota voando no horizonte e o mesmo sorriso debochado de quem está sempre se divertindo com a estupidez alheia.

Acho, inclusive, o seguinte: o plangers está mesmo sempre se divertindo com a estupidez alheia. Sobretudo a pieguice alheia. Não seja piegas perto do plangers. Ele vai gozar de você. Ou, no mínimo, levantará as asas daquelas sobrancelhas e os cantos dos lábios de Jack e seus olhos relampejarão um olhar malicioso e você pensará: esse cara está se divertindo com a minha estupidez. E, sim, rapaz, será verdade. Não dá para ser estúpido perto do plangers.

Um camarada assim, tão Bukowski, tão Fante, tão Vonnegut, que, aliás, é o escritor preferido do plangers, tanto que, ao entrar no texto dele, você sente manha americana do Vonnegut de escrever, a manha do coloquialismo sincero e desconcertantemente direto, o coloquialismo genuíno de quem conta uma história com as vísceras, então, como eu dizia, um camarada assim tão... Enfim, tão Jack Nicholson, um camarada assim você acha que ele é um rebelde.

E mais uma vez você está cerro. Ele é. Mas como Bukowski, como Fante, como Vannegut e como  Jack, o Plangers não se rebela por perversão, e sim contra a perversão. Ele não anseia pela justiça, anseia pela bondade. É a falta de bondade no mundo que deixa Plangers revoltado. Ou a bondade falsa, a bondade interesseira, a bondade... Piegas.

E aí é que está! No belo livro que escreveu, " O Papai é Pop", Plangers consegue exercitar sua bondade inata, sem jamais ser piegas. Papai Plangers é pop, sem dúvida que é, mas também é surpreendentemente doce, para quem o ouve blasfemar no Pretinho Básico, o programa de maior sucesso da história da Rádio Atlântida.

O leitor atento de Zero Hora conhecerá um tanto do livro, que é uma coletânea de crônicas que plangers escreveu no jornal sobre a vida que partilha com suas duas filhas e, até, sobre o pai que não partilhou a vida com ele. Mas nem o mais atento leitor conhecerá de antemão o que só se consegue ver no conjunto. O Papai é Pop é um livro de texto leve e de emoções profundas. Como é o Plangers. Você vai sorrir e rir ao ler este livro. E pode, também, chorar. Mas aí, cuidado, não o faça na frente do plangers, ele pode achar piegas. Ninguém pode ser piegas perto do Plangers.

" O papai é pop" Onde histórias criam vida. Descubra agora