50 Tons- De Volta ao Passado

Capítulo 9

Vejo que ela dormiu, a tiro de cima de mim, com cuidado a deito ao meu lado, fico observando seu rosto, calmo, tão lindo, me amaldiçoo por toda a dor que causei a ela um dia.

Tenho que me policiar, parar de ser o bebê chorão, não quero assusta-la e afasta-la de mim.

Mas como não me emocionar ao lembrar de cada momento juntos, de reviver tudo isso nos braços dela e pensar que morri um pouco a cada dia que passei sem ela, sem o corpo dela, sem o amor dela?

Tenho que focar em fazê-la me amar novamente, convence-la que ela é tudo pra mim, que tudo que aconteceu foi uma tragédia, que estamos vivos, podemos juntar nossos pedaços e nos fazer inteiros de novo, como éramos antes de tudo.

Acaricio seu rosto e dou uma risada baixa ao lembrar dela falando que dorme com meu terno, penso que tenho que guardar a camisola dela bem guardado, isso pode gerar comentários, será que ela ainda é ciumenta?

Me lembro da minha gatinha tão doce e que virava uma ursa quando se tratava de mim.

Olho para seu braço e a pulseira está lá, ela a tem usado mesmo sem saber quem mandou, ela a usa, será que seu subconsciente lembra?

Tenho mandado sinais a ela, gostaria que se lembrasse por si só, mas isso talvez a levasse para longe de novo, não quero isso.

Sou um maldito filha da puta egoísta, a quero do meu lado, não abrirei mão disso.

Ainda mais agora que me alimentei de seu mel de novo, depois de tanto tempo, ele só melhorou o sabor, seu corpo está mais maduro e mais gostoso ainda, apesar de mais magro, mas está uma delicia, toca-lo, lambe-lo, tenho que parar de pensar, senão terei que acorda-la.

Melhor acorda-la de manhã. Como fazia, e sei que adorava, minha menina insaciável, sempre pronta para mim e sempre querendo mais.

Me sinto um puta sortudo em ter que ensina-la tudo de novo.

Com tantos homens que se hospedaram naquela pousada, ela inconsciente se guardou para mim.

Vou até o armário, pego um edredom, me deito atrás dela, a puxando para mim, e nos cubro, apago a luz e procuro dormir.

— Boa noite, minha ursinha.- beijo seu rosto, ela se acomoda mais a mim, seu corpo parece reconhecer o meu, se molda perfeitamente, sim esse é o lugar que ela nunca devia ter saído. Respiro fundo e fecho os olhos, enfim vou ter uma noite de sono sem pesadelos ou lamentos, a tenho em meus braços e meu mundo está completo novamente.