Capítulo 19

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— Ok Max, vamos marcar um almoço então?

— Almoço sim, Tate marcou de jantar com os pais dela, não quero dar bolo. Já viu quero mostrar que posso ser um bom genro.

— Você está de quatro por ela.- falo dando risada, nunca vi meu amigo assim.

— Sim, e ainda bem que você foi sincero aquela noite com ela. Assim ela resolveu dar uma chance ao bonitão aqui.

— E fico feliz por isso.- olho na tela do PC, estão me chamando para uma videoconferência.- Max, vou entrar em uma conferência com o pessoal de Londres, depois marcamos.

— Ok, Christian, até mais.

— Até.- desligo o celular e me conecto com o pessoal de Londres, mas o meu pensamento vai para aquela noite a dois meses atrás, onde fui o pior dos homens para a mais perfeita das mulheres.

Primeiro usei Tate para fazer ciúmes em Ana, queria ver até onde ela ainda era afetada por mim.

Tate estava a fim de mim e Max a fim dela. Conhecemo-nos durante a tarde em uma das palestras.

Então a tirei para dançar, mas quando vi a cara de choro de Ana, o quanto ela estava sofrendo, abri o jogo com Tate, falei que amava outra mulher e ela desse uma chance para Max que estava encantado com ela, ainda bem que ela me ouviu. Hoje estão juntos e apaixonados.

Sorrio ao pensar em quão contraditório foi aquele fim de semana, Max querendo que eu me acertasse com Ana e quem se arrumou foi ele.

Respondo com monossílabos tudo o que me perguntam, não estou bem hoje, passei a manhã toda pensando nela, sentindo seu cheiro a cada suspiro.

Esses anos todos não a esqueci, cheguei a odiá-la, mas não deixei de pensar nela um dia sequer.

Mas sei que a perdi para sempre naquela noite em que me forcei a ela, em que a humilhei da forma mais baixa que um homem pode humilhar uma mulher.

Estava louco por ela, passei o dia me controlando para não ficar excitado a cada momento que pensava que ela estava tão perto de mim.

Ao vê-la tão linda, foi o meu fim, precisava tê-la. Mas sabia que ela não iria me aceitar, foi aí que fui atrás dela no escritório, mas a raiva de tudo o que ela me fez passar, falou tão alto. Lembrei-me de todas as vezes que chorei por ela, que acordei gritando o nome dela, que recusei sair com uma mulher por pensar que nenhuma era igual a ela, que nenhuma podia ocupar o lugar dela.

Me arrependi depois de tudo o que fiz com ela, da frieza que a tratei, das palavras duras que lhe falei, mas já estava feito.

Sai de lá horas depois, Max quase me matou por tira-lo da cama de Tate, em tê-lo arrastado para Seattle de volta no meio da madrugada. Mas não podia correr o risco de vê-la de manhã, além de ter que enfrentar sua fúria, correria o risco de não aguentar e pedir perdão a ela, não queria me humilhar, achava que minha cota já era. Fora que também não queria ver a magoa estampada no olhar dela.

— Sr Grey podemos continuar?- um dos executivos me chama a atenção.

— Claro, onde paramos?- ele começa expor seu projeto de novo, e meu celular toca, um numero desconhecido, detesto isso. penso em não atender, mas algo me diz que preciso atender.- um minuto, preciso atender uma ligação.- o executivo faz uma careta e eu fecho a sua câmera.

— Grey.- falo seco. Ninguém fala nada, só escuto o suspirar do outro lado da linha, que porra é essa?- para de ser engraçadinho, fale logo ou desligue essa porra.- falo mal humorado.

— Christian.- quase não escuto sua voz, é tão suave como uma brisa leve em mim.

— Ana?- pergunto não acreditando em minha audição.- Ana o que houve, aconteceu alguma coisa?- meu coração está saltando de alegria no meu peito, mas algo me diz que ela não está bem.- por favor fale comigo.

50 Tons- De Volta ao PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora