Capítulo 18

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— Anastásia.- sinto um toque em minhas mãos, abro os olhos e vejo Hanna do meu lado.

— Meu filho?- vou logo perguntando morrendo de medo.

— Ele está bem, tenho que chamar a médica.- ela aperta um interruptor e me olha confusa, sei que quer saber de tudo, mas não sei se consigo falar agora.

— A mamãe acordou?- escuto uma voz feminina e melodiosa falar, a dona da voz se posiciona do outro lado da cama, vejo que é uma senhora loira de olhos verdes.

— Sou Dra Evans, sou responsável pela senhorita.

— Meu filho?

— Ele está bem, mas precisa da mãe para se restabelecer, com a queda você teve um começo de aborto, mas a medicamos e conseguimos reverter o quadro, mas você terá que ficar em repouso pelas próximas duas semanas, e quando digo repouso, é repouso mesmo, boa alimentação e se levantar da cama apenas o necessário.

— Faço de tudo pelo meu filho.- digo com sinceridade. Quero que ele cresça forte dentro de mim, que nasça com saúde, nunca me senti tão disposta a fazer algo, nesse momento me sinto uma leoa.

— Ok. Você vai ficar mais um ou dois dias, depende da evolução do seu quadro e depois te damos alta.

— Obrigada.- falo e ela se afasta com um sorriso. Sai do quarto fechando a porta, hora do interrogatório, penso.- eu ia te contar, descobri hoje de manhã.

— Christian é o pai?-me pergunta e eu a encaro assustada.- você chamou por ele o tempo todo. -Droga, nem passando mal consigo esquecer ele. Faço que sim.- quem é ele? Nunca te vi com ninguém.

— É um ex, se hospedou no hotel alguns meses, não resistimos e aconteceu.- tenho que mentir.- depois ele foi embora e nunca mais nos vimos.

— Ele sabe?

— Não, ele não precisa saber.- faço uma careta.

— Precisa sim Anastásia, além de ser o pai, você está frágil, precisa de alguém família do seu lado, melhor ser o pai da criança.

— Nós brigamos quando ele foi embora, ele não vai querer saber.

Começo a chorar, não quero pensar nele, não quero que saiba e se quiser levar meu filho de mim para me punir, mover processos para obter sua guarda, não ele é meu, ninguém vai me tirar ele.

— Olha, sei que não devo me meter em sua vida, você é bem adulta, mas sou sua melhor amiga e sei o que precisa, se você não ligar para ele, eu mesma o acho nos registros do hotel e ligo para ele, pode ter certeza que ele vai ficar mais furioso com você.

— Sem terrorismo.- falo ressentida.

— Não é terrorismo, é ver o quanto uma amiga precisa de um empurrão para fazer a coisa certa.

Penso por um instante, será a melhor coisa a fazer mesmo? E se ele me rejeitar de novo, nunca falamos sobre filhos, não tivemos tempo, mas éramos noivos, íamos nos casar, com certeza isso estava nos nossos planos.

— Ok vou ligar.

— Sábia decisão.- ela se afasta, pega minha bolsa e me entrega o meu celular.

Tenho o numero dele gravado, lutei diversas vezes contra a vontade de apaga-lo.

— E se o numero tiver mudado?

— Procuro nos registros do hotel, mas pelo ao menos tente.- se abaixa e me dá um beijo no rosto.- vou ao banheiro, boa sorte.

Encaro a tela do meu celular, por um momento e resolvo procurar o numero dele, mas antes coloco meu numero no privado, vá que ele não queira falar comigo.

Ligo e espero ele atender, toca algumas vezes, estou quase desistindo quando ouço sua voz, arrogante e séria, isso me faz gelar até os ossos:

— Grey.- fico muda não sei o que falar.- para de ser engraçadinho, fale logo ou desligue essa porra.- Sr mal humorado rosna.

— Christian.- minha voz é um sussurro, mal a escuto.

— Ana?- sua voz agora é de surpresa, não consigo responder.- Ana o que houve, aconteceu alguma coisa?- agora parece preocupado, será que tenho meu CEO gentil de volta?- por favor fale comigo.

— Preciso te contar algo.- começo sem saber por onde.- estou grávida.- falo antes de perder a coragem.

Ficamos mudos durante um tempo, chego a pensar que ele desligou, meus olhos enchem de lágrimas, ele realmente tem raiva de mim.

— Você não estava se protegendo?- fala enfim.

— Não tenho vida sexual desde... Não via razão de tomar remédios. E você aquela noite não se preocupou em me proteger.- isso mesmo, prove um pouco do meu veneno.

— Estou... Apenas surpreso, mas feliz, você está bem?

— Não, sofri um acidente, quase perdi o bebê, estou me sentindo sozinha.

— O bebê está bem?- sinto urgência na voz dele.

— Sim, só preciso fazer repouso, por favor não pense que estou exigindo algo de você...

— Pode parar, Ana, é meu filho, minha responsabilidade também, não é algo que estava programado, mas estou feliz e muito por isso, você me destruiria de novo se escondesse isso de mim.

— Não quero isso.- realmente não, quero somente paz para poder ter meu filho e cria-lo.

— Você está no hospital? Quem está com você?

— Sim, uma amiga, Hanna, trabalha comigo.

— Ok, me mande o endereço do Hospital por mensagem, chego aí ainda hoje, é só o tempo de mandar preparar o jatinho.

— Certo, mando sim.

— Ana?

— Sim.

— Estou muito feliz, mesmo, acredite, isso foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, depois de você.- ah, não fale assim, meu coração se aperta, deixo as lágrimas caírem.

— Também me sinto assim.- falo em um soluço.

— Não chore, não fará bem para o bebê, me espere por favor.

— Está bem. Até mais.

— Até mais.- e desligo o celular, fico olhando para a tela, minhas mãos estão tremulas. Olho para o lado e Hanna está sorrindo.- ele está vindo.

— Mas já?- parece espantada, meu CEO tem super poderes.

— Ele tem um jatinho, simples assim.- falo e ela arregala os olhos e depois sorri.

— E deve te amar, pela rapidez que vai vir para você.

— Ele vem pelo filho. Ficou feliz com a noticia.

— Vem pelo pacote, mãe e filho, fazendo isso por um estará fazendo pelo outro, você não entende?

— Ah Hanna se você soubesse metade da nossa estória. – suspiro e mando uma mensagem com o endereço para ele, resisto a tentação de mandar um beijo.

— Então me conte.- se senta em uma cadeira ao lado de minha cama, parece bem interessada.

— Ok,- falo me preparando para começar. – tudo começou...

50 Tons- De Volta ao PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora