°Capítulo 3°

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       Sophie acordou naquela manhã, se sentindo revigorada e feliz. Estava conseguindo seguir em frente,mediante ao fato com seus pais. Ela com certeza sentia falta e gostaria que estivessem ali...

      Ela balançou a cabeça para não chorar naquele momento, precisava chegar bem apresentável no seu primeiro dia de trabalho. Sim. Sophie conseguiu passar na entrevista daquela boate que viu a quatro dias atrás, ela fez a entrevista por videoconferência pela falta de horário com o supervisor. Ela sabia que tinham dois supervisores no comando, se chamavam Eros e Jasper. Enquanto o chefe ficava mais a distância dos negócios. Foi o que Eros, que por sinal é um homem muito bonito, sorriso sedutor, cabelo de surfista e barba, que disse pra ela, quando estava mostrando as instalações da casa noturna. Sophie foi apresentada aos outros funcionários, só faltou o outro supervisor e o chefe deles. Estava terminando de passar o hidratante no rosto, verificou sua bolsa se não estava faltando nada. Zeus estava deitado na sua cama com a cabeça deitada nas patas dianteiras olhando sua dona.

- Não fica assim, garoto! Eu volto de manhã. - Sophie disse, enquanto se abaixava para ficar na altura dele.

      O emprego era bom demais para dizer não, estava torcendo muito para acontecer e realmente estava precisando, porque logo as economias poderiam acabar. Sophie deu um beijo no alto da cabeça de Zeus e saiu andando até as escadas e descendo. Faltava só o seu lanche, um enérgico que comprou um dia antes - na verdade, um fardo -, para levar durante as noites trabalhadas. Talvez se acostumaria com o trabalho noturno...ou não, mas iria tentar. Pegou as chaves de casa e do carro, apagou algumas luzes no andar de cima e deixou a da sala e do lado de fora acesas, fechou bem as janelas e cortinas, pegou seu casaco que estava em cima do sofá e saiu pela porta de entrada. Destravou o carro e entrou pela porta do motorista, ela estava pronta para colocar a chave na ignição quando escutou um uivo na floresta. Os pelos dos braços se arrepiaram, e logo sua mente a fez se lembrar...

      De algumas noites atrás... Os lobos grandes, a chuva forte, aqueles olhos vermelhos e aquela ligação entre os dois... Sophie não havia contado a ninguém, porque não tinha há quem contar e se contasse, ninguém iria acreditar.

      Não cogitou em dizer que foi um sonho, porque era real demais para fingir alguma demência pra si mesma.  Ela só não entendia porque só agora viu isso, depois de anos morando fora, será que seus pais viram isso e não tentaram se mudar ou pedir ajuda.  Nunca falaram nada para ela, enquanto faziam videoconferências e falavam das saudades e de como as coisas estavam indo.  Olhando em todas as direções, ela conseguiu sair da vaga da garagem e conseguiu dirigir mesmo aquilo ainda martelando na sua mente.  Ligou o rádio e deixou as músicas irem embalando sua viagem, precisava de uma distração para não enlouquecer. Pegou a mesma estrada que sempre faz seu trajeto até a cidade.  Chegando na rua onde a boate ficava, ela foi em direção a entrada do estacionamento, onde começou a ver movimentos dos funcionários com alguns caixotes de bebidas nas mãos.  Parou o carro na entrada fechada e mostrou seu crachá de nova integrante do lugar, o segurança foi rápido quando empurrou a grade de metal.  Sophie estacionou mais ao fundo onde tinha mais espaço para manobrar e deixar seu veículo de frente, desligando o motor e pegando sua bolsa no banco do carona, ela desceu e trancou o carro com um click no chaveiro.

     Francis, um dos barmans que trabalhavam ali, estava pegando alguns caixotes e logo me viu indo em sua direção, ele abriu um grande sorriso e parou o caminhar até a boate.

- Francis! - Sophie o chama, e ele se vira olhando e sorrindo.

- Sophie! Minha linda! - Francis diz, e a abraça forte, quase a levantando do chão.

     De algum jeito, Sophie se sentiu bem perto dele mesmo o conhecendo a pouco tempo. Ela se lembrava dele, quando veio assinar alguns papéis e ver o lugar por dentro. Sophie tinha a impressão de o conhecer a décadas atrás, e agora se reencontraram novamente.

O lírio que me cativasOnde histórias criam vida. Descubra agora