Capítulo 1

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Cidade do México, 02 de fevereiro de 2015.

Anahí Portilla

"Amanhã eu vou embora. Vou acordar em uma casa diferente, olhar para pessoas diferentes. Não vou mais ver os meus amigos todos os dias, terei que construir novas amizades, ganhar confiança, é como começar do zero. Amanhã eu não vou mais olhar pra minha mãe assim que eu acordar, e nem ligar pra saber o que ela vai querer pro almoço. Amanhã eu não vou mais ir na casa da minha melhor amiga pra falar dos meus problemas, e ela me falar dos delas. Amanhã eu não vou mais ter que conviver com a falsidade das pessoas daqui, eu vou conhecer novas pessoas falsas, afinal, contra essa aí, não tem pra onde correr. Amanhã, talvez eu começa a fazer falta. Mas, não como as pessoas daqui irão fazer falta em mim. Amanhã eu vou embora, mas vou deixar metade de mim aqui. Minha família, meus amigos, meus amores. Amanhã eu vou embora, e só vou levar minhas malas, meu coração vai ficar".

Foi isso que Anahí escreveu no seu diário essa manhã, enfim havia chegado o dia em que ela iria para a faculdade. Depois de muita briga e discussão com o seu pai que não aceitava o fato de que o seu sonho era ser cantora ela foi obrigada a ir para a faculdade cursar administração, algo do qual ela nunca sentiu afinidade, absolutamente nada em comum. Terminou o ensino médio a menos de um mês e o pai já a obrigara a entrar na universidade. Seus planos eram viajar pelo País, principalmente pela Europa com a sua melhor amiga Angelique. Mas seus planos foram por água abaixo quando o seu pai decidiu destruir tudo.

E ele conseguiu destruir até os resquícios de esperança de um dia ser feliz, fazer o que amava. Seu pai sempre a privava da felicidade. Ela odiava ser filha única por conta disso, toda essa expectativa acerca do que a filha do grande empresário Henrique Portilla seria. Ela só queria ser Anahí, simplesmente Anahí.

Suas malas já estavam prontas e o chofer entrou no seu quarto para pegá-las, Anahí implorou para que o pai comprasse um apartamento do lado da universidade, mas ele tinha em mente que para que ela amadurecesse quanto pessoa, precisaria viver em uma república como a que ele vivera na sua adolescência, mas claro que, como o homem que era Henrique se certificou de que Anahí ficaria em uma República acompanhada pelos jovens da mais alta sociedade da Universidade e que ficaria na melhor e maior mansão de lá.

Anahí já imaginava que para o pai colocá-la em uma República com certeza ele já a conhecia e tinha mexido os seus pauzinhos para que ela tivesse toda segurança e conforto que precisasse e que se sentisse em casa.

- "Estou muito orgulhoso de você minha filha, está realizando um dos maiores sonhos do seu velho aqui, um dia irei vê-la na cadeira de presidente das empresas Portilla"; - seu pai disse sorrindo enquanto se despedia da filha.

- "É pai, que pena que para realizar o seu sonho estou abdicando dos meus"; - Anahí sempre foi conhecida pela sua verdade, ela não se continha e falava sempre o que queria.

- "Se seu sonho é cantar e subir em um palco como uma mulher leviana você sabe que eu morreria antes de permitir que algo do tipo acontecesse"; - Henrique falou com um tom de voz mais grosso.

- "Não vai precisar morrer meu pai, você verá que serei exatamente o que eu quero ser com os seus próprios olhos. Agora dá licença que estou atrasada para o meu primeiro dia de aula como uma universitária em um curso que eu odeio"; - Anahí falou enquanto pegava sua mala de mão e saia de sua casa.

Foram quatro horas de carro até chegar na cidade onde estudaria, a República ficava dentro da Grande Universidade do México e pelo que ela pôde observar ela a maior república do local, imaginou que viveria com vinte ou até mais estudantes alí dentro. Quando entrou no local se surpreendeu com o tamanho.

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