CAPITULO 4 (Silêncio dos inocentes )

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Wanessa
-"Eu sei que sempre tenho o mesmo pesadelo aquele do qual estou livrando eles e condenando minha alma em seguida,as vezes me pergunto se Deus realmente existe ou se é mais uma invenção da cabeça de gente doente por uma absolvição que talvez nem no próprio leito da sua morte exista e estou lá no meio daquele mar de sangue onde corpos flutuam como penas e ainda seguro a faca que estripou meu pai ele era um bom mentiroso mas no final eu descobri que intenções más são disfarçadas de boas intenções e isso pra mim já bastou para ter chegado até onde cheguei,apesar de ter feito tarde demais eu consegui ir até o fim e acabar com aquela tortura.
- Eu caminhando pelo sangue grosso e viscoso da minha família até que mãos me agarram pelos tornozelos e me trazem pra baixo e sou como elas,minhas irmãs,são tudo aquilo que teria me tornado se não tivesse dado um basta,aquilo foi em legítima defesa não fiz nada errado,logo estarei como vocês;morta,estripada em algum lugar seja por qualquer um ou até mesmo uma possível vítima como à que tinha me capturado é claro existia essa possibilidade tão assustadora quanto real."
- De repente um barulho me acorda dos meus pesadelos,ao olhar à minha volta percebo que estou sozinha no carro e algo dentro de mim diz pra não confiar naquilo que meus olhos vêem até as imagens mentem de vez em quando e tento destrancar a porta mas é inútil e quando olho ao redor e procuro alguma coisa grande o suficiente pra quebrar o vidro minhas esperanças vão à merda pois ele destranca a porta e entra no carro,ainda por cima sorri fazendo com que meu sangue ferva e desejasse naquele segundo uma faca ou qualquer objeto afiado o suficiente para cravar em seu rosto,bastardo convencido,insuportável!
Victor:-Acordou querida?Esperava que passasse a viagem toda só dormindo.
-Esfreguei meus olhos pra tentar dessa vez me acordar de verdade e percebi uma estação de trem onde o carro estava parado ao lado desse trilho e ao nosso redor apenas mais deserto e poeira era um lugar esquecido por Deus,fantasmas deveriam andar por aqueles lugares à noite da mesma forma que os meus passeavam ao meu redor na madrugada como um agouro.
- Eu queria me rasgar com violência, tentando até um pouco me machucar de verdade para tentar apaziguar essa fome de morte dentro de mim eu quero algo vivo pra matar eu preciso disso,quase todo dia e se possível toda hora,por que não posso ser compreendida por ninguém!?Preciso acabar com gente ruim,desejo cessar todas essas vozes ruins na cabeça que me mandam não parar!
-Nesse momento Víctor segura meus braços evitando que eu continue e quando observo ele pra tentar entender o por que de fazer isso,estar sempre no meu caminho torrando a minha paciência percebo que está me olhando fixamente e eu não quero ser observada assim como se nada tivesse jeito ou alternativa na minha vida!Detesto esse tipo de olhar pra mim!É quase piedade ou alguma pena estampado naquele cretino!?Não gosto disso!Eu odeio esse imbecil e a maneira que fui colocada nessa situação!
Wanessa:- Que foi!?
Victor:-Nada.
Ele coloca seus óculos pretos,liga o carro e vai acelerando pra longe daquele lugar abandonado apenas querendo que eu implore que me solte mas isso não vai acontecer eu não baixo a cabeça pra ninguém muito menos pra um qualquer como esse cara,precisava me manter calma se quisesse mesmo fugir e para isso precisava não pensar em todo o ódio que sentia naquele segundo especialmente por esse bastardo!

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