Gato Sem Vergonha

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° Capítulo revisado



Sabe aquela sensação angustiante que bate quando você se assusta?

Depois aquela moleza nas pernas, o corpo gelando, suor frio descendo pela espinha, a visão ficando turva e escura? Aquelas coisas ruins que batem quando você está prestes a desmaiar? Se você nunca desmaiou, provavelmente, não sabe como são essas coisas, mas se já vai compreender o que Mingyu sentia naquele momento.

E foi com todas aquelas sensações que soltou a almofada que segurava caindo duro pro lado no espaço de antes entre o sofá e a mesa de centro.

– Ops... Assustei ele. _ Murmurou saltando da bancada. – Por que não podem levar isso numa boa? _ Suspirou subindo no sofá saltando o encosto do mesmo como um gato. O que de fato era, não no momento, mas normalmente. – Eu sou tão bonito pra você fazer isso, Mingyu. _ Formou um bico cutucando o rosto do rapaz jogado no chão. – Argh! _ Resmungou levantando do sofá e puxando Mingyu daquele canto apertado. – E lá vamos nós outra vez... Podiam apenas levar numa boa, né?! Meu gato vira um humano, mas e daí, eu sou gente boa, caramba! _ Revirou os olhos fazendo um tremendo esforço para carregar o maior até o quarto.

Mingyu era pesado demais para uma pessoa magra. Ele tinha o corpo bonito e músculos salientes, mas não para ser tão pesado. Depois de uns quinze minutos tentando levantar o Kim, Beanie, apenas segurou nas pernas dele e saiu arrastando o maior pela casa até o quarto.

Depois foi fácil jogá-lo sobre a cama

Mingyu não sentia o corpo tão ruim em tempos, também não recordava de quando foi que suas costas passaram a doer tanto em tão pouco tempo, mas estava doendo. Abriu um olho de cada vez não enxergando muita coisa a sua volta, o quarto estava escuro, e ele só sabia estar em seu quarto, pois conhecia sua cama muito bem. Levou as mãos a cabeça sentindo ela doer, seu estômago revirou de forma violenta ao tentar se levantar de onde estava, buscou em sua mente o que havia acontecido e então ele viu aquele cara sentado em sua bancada com sua blusa, a coleira de seu gato no pescoço e orelhas se remexendo no alto da cabeça, depois disso tudo virou um breu. Havia desmaiado uma única vez em toda sua vida e desde então soube que não queria mais aquela sensação ruim, de início de morte, em si, aquela em que você vê tudo o que acontece, mas apenas em lapsos e não tem a capacidade de falar, ou controlar seu corpo. Era horrível e depois de desmaios ele sentia aquele peso, a dor de cabeça, aquela coisa ruim subindo de seu estômago até a garganta para voltar a descer.

Fechou os olhos cogitando que se ainda estava vivo era porque o cara da bancada não era tão mau assim, ou teria lhe matado, talvez largado onde ele caiu. Tinha até medo de levantar e descobrir que todas as suas coisas haviam sido roubadas, por isso continuou ali deitado tentando se livrar daquele pesar pós-desmaio.

Foi naquele momento que Beanie voltou a sua mente e ele pulou na cama em desespero, apalpando a cama em busca do bichano, nem a capacidade de ligar a luz ele teve, estava desesperando-se internamente atrás do pobre gato largado nas mãos de um maluco. Devia estar preocupado consigo mesmo em uma casa com um homem que ele não sabia quem era, nem se estava ali dentro ainda, mas seu foco era Beanie.

Deu um pulo da cama ao ouvir a campainha tocando e ficou quieto, nem respirava, tentando ouvir se alguém abriria a porta, mas tudo o que aconteceu foi o som da campainha novamente por sua demora em atender.

Saiu da cama um tanto atrapalhado pelas cobertas e deu passos vacilantes até o lado de fora do quarto, não tinha ninguém no curto corredor, a luz da sala estava acesa, tudo em seu devido lugar e suas pernas tremiam, a pessoa do outro lado da porta parecia impaciente já que batia os dedos na madeira esperando ser atendido. Mingyu andava olhando de um canto a outro procurando indícios de que alguém estava ali, mas só havia o ser impaciente na porta.

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