Apresentação: Suzan Quill

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Olá! Me chamo Suzan Quill e irei contar um pouco da minha história para vocês.

Tudo começou quando eu tinha 5 anos de idade e meus pais decidiram que seria melhor morarmos no Brasil, pois a empresa que eles trabalhavam a anos, abriria uma filial lá, ou seja, tivemos que nos despedir de amigos e nossa cidade natal: Queens, EUA.

Quando chegamos no Brasil, esse país tão tropical, tudo era muito novo e lindo. Tivemos um ano para nos adaptar com a cultura daqui até entrar na escola e isso, apesar de ser diferente, não foi tão difícil para mim, pois ainda era uma criança. Minha escola possuía muitos alunos e isso me fazia estranhar, não só por ser uma metrópole muito grande, mas também por ser meu primeiro ano escolar.

Quanto mais eu crescia, mais meus pais me influenciavam a querer trabalhar onde eles trabalham e, com meus doze anos de idade, começaram a me ensinar as artes marciais, despertando meu interesse em se defender ou até, quem sabe, batalhar.

Com dezesseis anos eu comecei a ter mais curiosidade em saber com que emprego meus responsáveis lidavam e só aí eu pude descobrir a grande farsa: nunca existiu uma empresa sequer, mas sim uma organização.

Não parecia e não era uma simples organização, afinal ela era terrorista e secreta. Lidar com essa descoberta foi um grande choque, porque nunca me importei ao ver coisas desse tipo em noticiários e, agora, estou mais desinformada do que nunca.

Me lembro claramente o quanto sofri naquela noite, quando finalmente prestei atenção nesses assuntos na mídia e só falavam de heróis encapuzados, caras de armadura e o quanto a bondade deveria prevalecer sobre todo o mal. Quando você é um adolescente comum, o natural é armazenar pôsteres, ver vídeos relacionados a esses atos heróicos, porém, quando se tem pais empregados de uma organização secreta e terrorista, sua visão perante isso muda. Aquilo só me propagava raiva, ódio, rancor e repúdio com tudo aquilo que faziam, tanto os vilões quanto os heróis.

Depois desses fatos marcantes, minha vida começou a parecer uma história em quadrinhos. Sabe aquelas histórias em que o vilão sempre te surpreende no final? Fazendo tudo aquilo que você jurava que ele não faria? E que você não consegue decidir de qual lado está; se é a favor dos vilões porque os ideais deles são fortes e potentes e os "mocinhos" nem sempre são tão legais assim, ou se está a favor do herói porque sabe que ele faz o certo e é do lado dele que deve estar.

No meu caso, os vilões eram os meus pais e, infelizmente, quem tinha que escolher o lado em que ficaria era eu.

Eu não escolhi estar ao lado deles por opção, mas sim porquê eu precisava...

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