Toda memória é fictícia

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Indo direto ao assunto?

Sexo.

Não apenas o sexo apaixonado. Tampouco apenas o sexo casual. Mas o sexo por esporte. Por vontade. Por acaso. Por obrigação. Por piedade. Por diversão. Para relaxar. Para estressar. Para alegrar. Para deprimir. Para causar. O sexo pelo sexo. Pouco importa.

Mas, ironia das ironias, nunca por um motivo:

Nunca por objetivo.

Sim, eu sei que é contraditório. Sei que ainda não faz sentido. Mas você vai entender. Precisa entender.

Porque eu mesmo não entendo completamente.

E, caso você entenda, talvez haja uma chance de você me explicar.

É muito provável que você já me odeie.

Eu entro em qualquer lugar e em poucos segundos metade dos presentes já me odeiam. Aqueles com os instintos afiados e a percepção em dia. E a outra metade me odiará depois. É inevitável. Estou acostumado. É o que eu espero. Não se sinta mal por isso. Sério. Eu me odiaria também caso não fosse tão egocêntrico.

Anote: Eu sou o que quis me tornar e não tenho nenhuma vergonha.

Toda memória é puramente fictícia.

Isso, é claro, é apenas uma desculpa. A primeira em muitas que se seguirão. Justificativas débeis para apenas evocar sua simpatia. Eu o farei naturalmente, como todos fazemos. Não acredite em mim. Odeie-me sinceramente. Odeie quem sou, o que faço e, sobretudo, o que represento. Lute contra mim. Derrube-me em tribunais e na boca do povo. Eleja-me inimigo público número um. Coloque-me embaixo da sola de seus heróis onde é meu lugar. Transforme-me num mártir da imundície.

Mas, se for para levar alguma coisa antes que você desista de continuar, leve apenas isso. Uma lição:

Mau exemplo também é exemplo.

Agora pode ir embora e esquecer que um dia veio aqui.

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⏰ Última atualização: Jul 12, 2017 ⏰

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