CAPÍTULO 05

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Andrômeda girou os calcanhares andando de um lado pro outro com suas mãos na cintura, sentia-se confusa.

- Isso pode parece qualquer crime anômalo, - disse ela - menos uma árvore de vida!

Eduardo foi até Yuri e de forma abrupta tomou a prancheta de suas mãos. Pediu a caneta em seguida. O homezinho franziu o cenho insatisfeito e entregou uma caneta de desenho reserva que deixava entre a orelha.

Traços e rabiscos frenéticos eram desenhados pelo psicólogo que girava de um lado pro outro, Andrômeda decidiu ficar parada e esperar a resposta do primeiro.

Eduardo entregou a caneta de volta para a mão diminuta do perito e mostrou o desenho aos dois. No papel, havia o cadáver, a árvore em traços finos e bem detalhados feito por Hendo. E em garranchos feitos apressados havia várias esferas em forma ascendente em torno do desenho original.

O homezinho levou à caneta a boca, semicerrou os olhos com frustração pelo seu desenho ter sido estragado, mas também se sentia instigado. Eram dez esferas que estavam entrelaçados por fios que as interligavam. Três nas extremidades com traçados de pirâmides, outras três voltadas pra baixo e quatro em formato de Y. Olhando minuciosamente parecia de fato uma árvore.

Andrômeda pegou a prancheta com o desenho e perguntou ao seu convidado à cena do crime.

- O que isso significa?

Eduardo a encarou - ficou em silêncio. Estava organizando os pensamentos.

- Preciso saber o que isso significa Eduardo! - inquiriu a policial o apressando.

- É a árvore da vida dos ensinamentos judaicos! - disse sobressaltado, ele. - A mensagem é do Zohar, um dos principais livros de estudo da Cabala judaica.

Andrômeda estava confusa, não entendia o que estava acontecendo e tampouco conseguia compreender o que Eduardo lhe dizia, mas sabia, dentro de seu âmago que aquilo tudo parecia ficar cada vez mais claro.

- Você pode me explicar isso com mais calma. - pediu ela com olhos atentos.

Uma enxurrada de informações e sentimentos tomavam de assalto o peito de Eduardo que naquele momento não sabia o que pensar sobre aquilo, sobre sua filha e esposa.

- As três principais religiões do médio oriente precedidas por Abrão tem suas correntes de estudos místicos. O cristianismo, apesar de não assumir abertamente, busca outras formas de espiritualizações no Gnosticismo; com fortes ensinamentos do neoplatonismo e ocultismo pitagórico.
Eduardo sentia a necessidade de explicar tudo àquilo para que ficasse mais claro para seus ouvintes. Continuou:

- A segunda religião do mundo com maior número de adeptos também tem curiosidade pelo o que está velado. É pelo Sufismo que o devoto Islã caminha mais intrinsecamente para mais perto da verdade e realidade divina.

E o irmão mais velho dessas religiões; o Judaísmo. Tem como seu ramo de conhecimento esotérico e místico à Cabala ou Kabbalah. A Tradição Recebida.

Precisaria mais que uma vida pra explicar melhor sobre tudo isso.

Andrômeda e Yuri escutavam atentos e interessados.
- Dentre tantas filosofias esotéricas da Cabala, está a árvore da vida, a Árvore da criação, assim como no judaísmo e em outras religiões, é dela que estão os conhecimentos dado por Deus e o caminho para a iluminação. A frase escrita nessa tiara é um trecho do livro do esplendor, que é um dos principais livros do misticismo cabalístico que estuda a Cabala.

SefirotOnde histórias criam vida. Descubra agora