CAPÍTULO 13

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- Yesod! Esse é o caminho - confirmou Eduardo após terminar um novo desenho sobre as esferas sefiroticas. - Ao lado da sefira Yesod estão Hod e Netzach. - continuou - Yesod é a sefira do fundamento que está acima de Malchut e entre as sefirot representadas pela inteligência e emoção: Hod e Netzach. O símbolo não nos apontou o caminho, ele estava o encobrindo.

  O símbolo não nos apontou o caminho, ele estava o encobrindo

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Andrômeda caminhou para mais perto do desenho feito por Hendo e Eduardo. De alguma forma aquilo lhe parecia uma evidencia de fato que poderia significar algo valioso para a investigação.

- Você agora vai ter que nos explicar o significado dessa sefirot... sei lá o quê. - pediu tomando a prancheta da mãe de Eduardo, a policial.

Ele andou de um lado para o outro. Colocou às mãos na boca olhando pro alto.

Assentiu e se prontificou a responder.

- Essa sefira, como já mencionei é Yesod. Ela é a nona esfera da árvore do conhecimento. É uma representação feminina da criação. Yesod é correspondente a Luna. Assim como Malchut é Terra, Yesod é Lua, por isso sua ligação forte com energias femininas. Em toda história cultural e teosófica a lua representa o feminino enquanto o sol o masculino.

Yuri Hendo deu um sorriso de canto de boca lembrando de uma antiga namorada virtual que tinha lá do Japão. A moça era da religião xintoísta e certa vez lhe falou de Amateratsu, a deusa solar da mitologia nipônica e um de seus irmãos Tsukuyomi o deus da lua, também irmão de Susanoo, senhor dos trovões.
Algumas culturas se divergiam em alguns pontos, apesar de terem características semelhantes em sua essência. Elas também tentavam trazer suas particularidades dentro do globo.

Nesse caso, os deuses da terra do sol nascente era em reverso aos dos ocidentes. No sagrado feminino e masculino.

Apesar da situação não ser favorável, a policial se sentiu atraída por aquela explicação da esfera. Pois havia certa curiosidade dentro de si sobre a lua e toda essa mística em torno do feminino.

A explicação era atrativa mas Andrômeda ainda não se sentia completamente convencida de que aquilo poderia levar algum lugar substancial para a investigação.

Ela teve sua atenção tomada pela vibração do seu celular seguida de um toque psicodélico.

Tirou o aparelho do bolso da calça apertada e atendeu meio descontente.

A voz do outro lado da linha fora rápida e especifica na mensagem.

- Tudo bem! - ela respondeu para o outro na linha.

Em seguida desligou o celular e o guardou em seguida.

- Devemos nos apressar, a imprensa já está a caminho. - ela olhou para Eduardo - E quando eles o notarem que está aqui, lhe encherão de perguntas. - seu olhar era penetrante e emanava certo altruísmo - Então, precisa ser mais direto.

Eduardo remexeu-se.

- Com todas as informações que vimos aqui, você não tem a mínima ideia de quem é que possa ter feito isso?

Há algumas suposições, mas nada de relevante. Essas mensagens e símbolos ainda estão demasiadamente vagas. Não quero comprometer ninguém.

- Eu não sei. Simplesmente eu não sei. - respondeu ele, se sentido pressionado - Teria que pensar um pouco mais.

A policial viu na expressão de seu ex- terapeuta um semblante confuso e descontentado. Apesar de querer correr com sua investigação, se deu conta de que não conseguiria naquela noite, não daquela forma, em uma cena de crime. Por mais que seu ex-psicólogo fosse treinado pra lidar com emoções, ele também era um ser humano e tudo aquilo era demais.

Nesse momento a policial abraçou seu convidado. De maneira inusitada pra aquela situação. Eduardo apenas assentiu levando o queixo ao ombro macio da mulher que cheirava a um exótico perfume de sândalo.

- Pelo menos sabemos que a inicial do nome de sua filha está aqui nos dizendo alguma coisa. - disse Hendo, continuando suas analise sem demonstrar preocupação com a chegada da impressa.

Os dois congelaram em meio ao afago do abraço. Eduardo abriu seus olhos, estava espantado. Como deixei passar isso.

Ele se desvencilhou dos braços de Andrômeda e foi rapidamente até o cadáver novamente. Mirou os olhos em Hendo. Mas que homem detalhista e surpreendentemente esperto. Pensou ele.

- Agora sabemos que o símbolo nos aponta o significado da Lua e a letra "E", inicial do nome de sua filha estão interligadas - reforçou o argumento o perito.

- É, você tem razão. E Andrômeda também. - Eduardo se ergueu. - Isso ainda não nos leva pra lugar algum. Eu preciso...

- A não ser que essa letra não esteja se referindo a inicial do nome de sua filha. - interveio Yuri.

- Mas isso não teremos tempo de descobrir. - disse a mulher os apresando. - Yuri, continue seu trabalho pericial e você venha comi...

Eduardo segurou o braço de Andrômeda que a fez se enrijecer. Ela não esperava que ele fosse capaz de pensar em alguma coisa. Outra coisa, não sobre pressão daquela forma.

- Se tem alguma coisa pra dizer, diga logo. - pediu ela.

E ele tinha algo pra dizer...


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