PRÓLOGO

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"O despertar do alto provoca o despertar de baixo."

- Zohar: O livro do Explendor



Cinco anos atrás

As chamas tomavam todo o corpo do homem que vociferava palavras herméticas e cabalísticas enquanto segurava um cálice com algum liquido de extrema inflamação. Estava em cima de um ônibus no centro de um campus universitário, ele gemia de dor, seu rosto derretia em meia a pedaços de couro em farrapos, pois as chamas o consumiam velozmente. Entorno de si, luzes refletoras, policiais, jornalistas, funcionários e alunos do campus, todos apreensivos, pois o ônibus havia sido tomado há alguns minutos.

Os policiais já se preparavam para um embosque quando o homem caiu de joelhos, arremessou o cálice no teto do ônibus que explodiu em seguida criando uma labareda de flama intensa. Passageiros gritavam, haviam sido coagidos a ficarem dentro do transporte por um segundo envolvido no assalto.

A figura inflamada sorriu entre as chamas que o tomavam. Seu corpo misturado à labareda que começava a tomar o ônibus crescia cada vez mais, de braços abertos, em suas costas línguas de fogo brotavam feito sinuosas asas.

Bradou com uma voz ecoante do próprio inferno: Deverás enfrentar e superar Daath... eis aqui as chamas sagrada...  ainda de braços erguidos aos céus em jubilo apesar da dor sentida.

Perante tantos pronunciamentos ainda pôde se ouvir algo audível de sua fala.

Supere a si mesmo... e devolva o que me foi tirado...

Um disparo.

Minutos antes...

O ônibus universitário improvisado usado para transportar os renomados convidados do 13° Simpósio de discussões cientifica com o tema: O Espírito tecnológico religado ao passado sagrado dos mitos e religiões ziguezagueava pelo campus da universidade responsável pelo evento que era anual.

Professores dos campos humanos, cientistas, clérigos renomados, gurus e jornalistas críticos da teologia haviam sido convidados para o encontro. Seus carros haviam ficado no estacionamento da gigantesca universidade, o ônibus apesar de ter um modelo escolar-universitário, parecia confortável. Todos os convidados estavam acomodados, conversavam entusiasmados e ansiosos, trocavam informações sobre eventos passados, o tipo de hospedagem e até os petiscos oferecidos durante os quatro dias de palestras.

Todo o horizonte do campus era rodeado de árvores e bancos construídos de carvalho com ornamentos artísticos policromáticos. Entre as pequenas praças e mesas de estudo em meio à grama ficavam estátuas polidas e reluzentes.

Esther, a pequena filha de Caroline Kohen; uma renomada e perspicaz cientista astronômica, viajava no colo de sua mãe apenas observando tudo ao seu redor. Ao lado das duas estava Selene, uma mulher de meia idade, magra, vestida com um saiote azul longo com estrelas douradas bordadas a mão, camisa praiana mostrando seus ombros nus e um óculos lilás com pigmentos néons com armação semelhante a asas de borboleta abertas, ela se mostrava impaciente. Estavam na traseira do ônibus no final do corredor do veículo.

Caroline aprumou sua filha entre as pernas e ainda estranhando o visual daquela mulher ao seu lado decidiu iniciar um dialogo.

-Prazer, me chamo Caroline Kohen, sou mestre em...

SefirotOnde histórias criam vida. Descubra agora