Não posso.

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"E mesmo que eles só te peçam pra ficar, não se prenda. E mesmo que eles só te façam conversar, não se renda. Tudo vai passar, tudo sempre passa." - Alter Ego, Zimbra.

Eu sei
Não sou sua primeira escolha
Nem sei se sou uma escolha
Tudo bem
Eu não me escolheria também
Eu não sou boa para você

E e difícil aceitar isso
Dói admitir
Que não sou alguém para você
Eu queria ser
Mas não posso

Eu não posso muitas coisas
Mas queria todas elas
Queria ir ao teatro ao lado de uma linda mulher
Somente você
Queria ir ao cinema com uma companhia incrível
Que seria você
Queria te levar nos meus lugares favoritos
Mas eu nunca posso

Recuso todos seus convites
Recuso você
Me perdoe
Por favor
Eu sinto muito
Acredite quando digo que queria
Que te ver é o meu desejo
Maior deles
Eu só não posso
Não posso
Não posso
Droga

Eu não posso

É um cativeiro
Consegue me ver por entre as grossas barras de metal?
É escuro
Tão tóxico, fumaça, veneno saí por essas janelas
Tem vultos, tantos vultos ao meu redor
Eles dizem coisas, tantas coisas
Não quero ouvir
Não quero

Alguém tampe meus ouvidos
Algum outro som por favor
Não aguento
Eles falam tão alto
Tanto barulho
Eu gosto do silêncio, de ficar sozinha,
Os vultos saem as vezes
As vezes me levam junto
Com algemas em minhas mãos
Pés
Mente
Me deixem sozinha
Me deixem em paz
Consegue me ver aqui?
Eu tento fugir
Preciso sair
Não só por você
É por mim

Você me faz me sentir livre
Sem algemas
Sem barras
Sem veneno
Só eu
Sei, não é algo muito incrível
Mas sou eu, livre, perto de você
Me desculpe, só, me desculpe

Você olhou por entre as barras
Me chamou pra sair
Eu olhei pros meus pés
Longas correntes de aço
Eu respirei fundo
A fumaça tóxica em meus pulmões
Eu olhei para você
Um sorriso fraco nos lábios, a garganta ardendo
E só três palavras saíram obrigadas

"Desculpe, não posso."

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Este poema traz tanta dor.

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