Sleep on the floor • [E.A] (PAUSA)

• Prólogo •

Os raios solares passavam pelas brechas ante as cortinas do quarto de Aria. O braço de Ezra ─ que a envolvia ─ mantia seu corpo aquecido. Suas peles iluminadas em tom amarelo, deixara cada traço exposto. Lençóis de ceda cobria-os, censurando seus corpos nus. Ambos estavam a dormir, cansados da madrugada em claro.

─ Querida? ─ O pai da garota socou levemente a porta trancada. ─ Está acordada?

Aria saltou da cama, jogando o braço de Ezra para longe de seu corpo. O homem com traços fortes, mantia-se em um intenso sono. Era engraçado até. Seu cabelo de tamanho mediano, com alguns cachos, caia sobre seu rosto. Fios emaranhados cobriam sua testa. O rosto do garoto estava tão vermelho quanto os arranhões em suas costas─, linhas e mais linhas foram marcadas sobre sua coluna. Em particular, Aria amava deixa-las, e ele aprendeu a transformar a dor aguda em prazer mútuo. ─ Ezra sempre foi sensível ao sol, desde criança, quando corria pela praia junto de seu melhor amigo. Que hoje nem sabe onde foi parar.

─ Sim pai. Não posso abrir agora, estou a trocar de roupa. ─ Avisou-o. Dessesperada a menina passou a mão nos cabelos negros e correu ao closet.
Assim que puxou as portas o rapaz em sua cama soltou um ronco em que do outro lado da porta, Byron pode escutar.

─ O que foi isso? Tem mais alguém ai? Aria, abre essa porta. ─ O homem bateu com mais força e Aria, que agora vestia suas peças íntimas correu silenciosamente até a cama.

─ Não, foi meu celular! ─ A menina tampou a boca do namorado, e beliscou o peito dele com força. Fazendo-o acordar com a dor. ─ Você tem que ir, agora! ─ Sussurrou a pé do ouvido de Ezra. Que se virou tentando beija-la, mas a mesma desviou. ─ Sem beijo até que você faça a barba. ─ Completou a menina se afastando. Ele realmente não entendia a tamanha agonia da garota contra sua barba. As patricinhas da escola a acham incrivelmente linda, e os garotos do time se matariam para tê-la. Aria descobriu que penicava, e desde então vive chantageando o menino para que tire. Verdadeira briga de cão e gato.

Depois de se vestirem, Ezra sentou na janela do quarto, olhou para Aria escorada na parede ao lado da porta, ele observou a feição de preocupação dela. Fechou a mão e fez movimentos de uma punheta, por estar com as pernas abertas. Assim tirando uma risada da menina que tanto amava. Ezra parou e mandou um beijo para Aria, ainda deixando seu tom de brincadeira em cada ato.

{...}

─ Como anda o meu capitão? ─ Disse Wren ao passar pelo melhor amigo. Ezra fechou a porta do armário número 108, e trancou dando um pequeno riso.

─ Melhor impossível. ─ O menino se virou e encostou as costas nos armários de ferro, que logo se arquearam por uma áspera corrente que subiu por seu corpo. Os arranhões ainda o incomodavam. Hanna do outro lado do corredor, junto ao seu grupo de amigas, apontou para ele rindo.

─ O que Aria te fez? ─ Perguntou ela, Aria que estava ao seu lado ─, tirando os livros de dentro do armário azul, com a tinta perfeitamente retocada. ─ Se virou para eles.

─ Nada que ele não mereça por não fazer a barba. ─ Falou ela. ─ Mas da pra não falar sobre nós tão alto? Não é algo que todo mundo pode saber.

─ Por que? ─ Ezra repreendeu a garota, se afastou do armário e aproximou-se das meninas.

─ Além das nossas famílias se odiarem, você sabe o que meus pais pensam sobre eu ter que ficar com algum cara rico.

─ E em que século estamos? XIX? ─ Revidou ele.

─ Não vamos complicar mais as coisas, daremos nosso jeito como sempre demos. ─ "Sempre" era uma palavra que se manteu em suas vidas desde a infância. Ezra e Aria se conheceram quando crianças, ele era mais velho, mais cobiçado e educado. Ezra se mudou para casa ao lado dos Montgomery quando tinha apenas 10 anos. Aria era apenas 1 dia mais nova do que ele, mas isso não o impediu de se gabar, não impedia-os nem mesmo de se apaixonarem. Desde então não infrentam nada que não seja juntos. Primeiro beijo, primeira vez, primeiro teste para o time de futebol e outro para o de líder de torcida. Foram destinados a se encontrarem, e não há nada, nem ninguém que consiga desfazer isso.