A enganação brutal

O Resgate

Levou cerca de dez minutos para que Astrid percebesse que era carregada por um homem. Ao prestar atenção nas vestes verdes, percebeu que aquele era sua ajuda para voltar ao grupo principal, tendo em vista que era o Igor esforçando-se no levar da garota.

Ao concluir que sua consciência não era necessária no percurso, a jovem elfa preferiu descansar sua mente por conta da privação de sono que tivera. Assim, a garota caiu em um sono pesado nos ombros do jovem ladino que caminhava a passos pesados.

Ao acordar novamente, a bela adormecida estava sob intensos raios de Sol da clareira em que dormira na última noite. Com as coxas muito doloridas, a garota avistou os cavalos a vinte metros dela e um saco de dormir sendo usado como cadeira para duas pessoas e outro de esteira para outra pessoa.

O sobretudo azul denunciava Ädmir aferindo a pressão sanguínea do jovem Tordek que apresentava um rosto sereno enquanto dormia deitado. Astrid iniciou uma leve preocupação sobre o paciente quando percebeu que Igor apresentava esse sentimento com ele.

A elfa tentou agachar-se, porém a dor em suas coxas indicava um rompimento muscular causado por movimentos mais rápidos que seu corpo não aguentou. Sua resposta foi retornar suas pernas a posição inicial e clamar ajuda ao clérigo que estava concentrado no jovem anão. Porém a concentração deste e o baixo tom de voz dela o fez não notar o pedido de ajuda rapaz, o que forçou a garota repetir seu pedido com maior intensidade (maior que o suficiente) e acabou assustando um pouco o Ädmir.

A pele roxa sem motivo aparente na região da coxa da Astrid denunciou imediatamente que houvera algum problema naquela região. Ao perguntar sobre o que a garota fizera no período em que estava desaparecida, a elfa respondeu ao garoto da capa azul que apenas lembrava de estar suspensa por correntes de ferro. Isso complicou o trabalho de diagnóstico do garoto, pois ele não continha informações sobre o ocorrido. A sorte da garota foi que seus músculos estavam visivelmente separados e o Ädmir encontrou o problema residente em suas coxas.

Como Igor sentia-se deslocado sobre o que ocorria por não ter conhecimentos em medicina, preferiu iniciar um leve trabalho investigativo sobre a única peça de rouba que a garota vestia naquela noite. Ao tentar tirar o garde-corps do corpo da jovem, uma repulsa natural vinda dela a impediu do menino de remover e um soco quase foi desferido no rosto dele.

O movimento brusco fez a Astrid sentir muita dor nas pernas, pois o giro de corpo exigiu o trabalho completo do mesmo. Com essa reação, a jovem também percebeu que está sem sua roupa de dormir e que está praticamente pelada sendo cuidada por uma pessoa que mal a conhecia. Constrangida por conta da cena nudista que criara, a elfa preferiu suas roupas de cima antes de receber algum tratamento.

A forma em que estava vestida denunciou o que ocorrera na noite anterior, pois Astrid já sofreu por possessões daquela súcubo duas vezes, contudo preferiu permanecer no silêncio para não despertar pensamentos afins. O seu comando anterior fez o Igor correr para a mochila da garota com o intuito de entregar as roupas à bela elfa que estava a sua frente seminua, pois a vergonha de se comparado a um pervertido foi grande.

O sobretudo da garota foi encontrado dentro de sua mochila e entregue em questão de segundos, então a garota pôde relaxar um pouco mais, o que fez o trabalho do Ädmir simples em quesito velocidade. O clérigo iniciou pequenas preces ao seu deus para que seus instrumentos de cura fossem mais eficazes, assim ele fez uma atadura com uma mistura de terra roxa do Sul, fungos transdor e erva dos dragões a fim de que o processo de regeneração dos músculos fosse indolor e sem problemas de inflamação. Em seguida o clérigo foi a fogueira que fora acesa na chegada da resgatada, pegou um pouco de água que havia em seu cantil e pôs um pouco de flor do Naidi para fazer um chá.

Durante o período em que o chá era preparado, o ladino preferiu iniciar uma investigação sobre o rapto da elfa, assim investigou os pertences dela em busca de algo que as pessoas que tentaram sequestra-la tivessem levado. Visto que na mochila da garota não fora retirado nenhum pertence além do sobretudo, iniciou um trabalho de busca no saco de dormir e também não encontrou nada de interessante.

Desse modo, o garoto das adagas partiu em buscas de alguma coisa no corpo da elfa que pudesse denunciar algo dos inimigos. Assim, ele olhou a parte exterior do espartilho, os bem cuidados pés nus da garota e suas lindas mechas loiras. Nada estava visivelmente diferente aos olhos do ladino, mas ao afastar-se da garota, encontrou uma parte do seu cabelo que estava grudada. Ao examinar mais detalhadamente, percebeu que se tratava de um líquido branco que alojara no cabelo dela e, juntando ao fato de que a garota estava quase pelada na depressiva floresta, ele cogitou um estupro sobre a jovem.

Com isso, o garoto foi a frente da jovem de orelhas pontudas e perguntou se ela fora molestada ou algo assim. A reação dela foi encolher-se para não mostrar seu corpo e, antes de dar uma resposta ao rapaz, Ädmir anunciou que o chá estava pronto e, com o doce e delicado aroma exalado por aquela homogênea mistura, o negro garoto tratou de oferecer aos integrantes daquela viagem louca.

Aquele chá foi feito com o intuito de melhorar a saúde da elfa, contudo sobrou a ponto dos outros meninos que cuidavam dela. Ao por aquele quente líquido em na boca, Igor sentiu uma leve ardência na língua junto com um sabor doce e amargo ao mesmo tempo. Como nunca havia provado algo do tipo, surpreendeu-se tentou tomar um gole maior, mas a quantidade maior de calor quase queimou sua língua. Sua reação de tentar gritar e por o chá e a língua para fora da boca fez seus amigos rirem dele. Assim o ambiente denso que viviam foi substituído por um mais leve e alegre.

Chegada as dez horas, o Sol e o chá torturaram a garota que pretendia dormir, pois ambos a deixavam agitada e a fazia suar, assim ela preferiu sair do saco de dormir e tirar o sobretudo e só proteger sua virilha dos raios que a incidiam. Enquanto isso, o Igor era obrigado a caçar por não ter mais nada a fazer naquele entediante local e o sábio Ädmir colhia folhas, flores, frutas e cogumelos para melhorar seu estoque de matérias de botânica.

Com esse clima de inquietação que o Tordek acordou sem entender o que havia ao seu redor por conta da magia que fora colocada sobre ele. Como Astrid era a única pessoa que podia ajuda-lo, ela foi obrigada a arrastar seu saco de dormir junto com si para chegar mais próximo do anão que estava a sua frente. Mesmo não gostando de anões, ela fez o esforço de fazer ele voltar a deitar enquanto o Ädmir não chegava para resolver esse problema.

Dez minutos depois de Tordek ter acordado, o Igor chegou à clareira e, ao avistar a garota machucada ajudando um homem desnorteado, ele colocou os galhos mofados e secos que encontrara e um coelho abatido no chão e prestou-se a ajudar aquela jovem na ação em que realizava, assim ela pode voltar a deitar-se e descansar suas pernas.

Contudo, Igor não foi o único a chegar naquela clareira naquele momento, pois uma figura de roupas verdes e suja de um pó azul aproximou-se mancando ao grupo. Como seu rosto estava muito sujo, foi difícil identificar que era, mas ao ficar a vinte metros de distância do ladino, ele conseguiu perceber uma aljava nas costas do homem que adentrara na clareira e, ao ficar a dez metros, ele conseguiu confirmar a identidade do Lysander.

Depois de se aproximar o suficiente do garotoque o identificara, o jovem de colete caiu sobre ele e tentou desferir um gritode dor que foi interpretado com um leve abrir de boca. Depois disso, o arqueirovirou seu rosto para o chão e perdeu a consciência nos braços da pessoa quequeria ajuda-lo. 

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