Laura sentiu o clima tenso. Brigar com ele seria inevitável. Quando seus olhares se cruzaram Laura se arrependeu de ter aberto a porta.
- Precisamos conversar. - Disse ele sério. - Laura olhava Nick Fury retirar o casaco de moletom e jogá-lo sobre o sofá.
- Não temos nada para conversar. - Laura ficou do mesmo jeito: em pé próximo a porta, com os braços cruzados e em silêncio. Viu o homem se sentar e olhar para ela com atenção.
- Não sou seu inimigo Laura. Fiz tudo para que você fosse uma agente forte e influente dentro da SHIELD no futuro. - Laura o olhava com grande desprezo. Como ele pode "apredejar" a própria filha? Laura riu.
- Que Pai maravilhoso! - disse sarcasticamente. - Nick, por favor! Quer mesmo que eu acredite nisso? Levei algum tempo para conseguir entender que você nunca me quis dentro da SHIELD, ou melhor, nunca me quis na sua vida. - Laura encarava o pai sentindo um misto de raiva e tristeza.
- Eu penso de outro modo. - Ele caminhou até o bar, e preparou um Wisky duplo com pouco gelo e retornou para o sofá. Laura permaneceu de pé e respirou fundo.
- Ah é? Que modos Nick? Eu quase morri, Nick! Onde você estava? Na sua mesa. Você não estava lá! Sua prioridade é a SHIELD ponto final. - Nick se reconhecia nela. Os olhos eram os dele, o formato do rosto era o da mãe. Quando ela sorria virava um misto dos dois.
- Você me lembra muito a sua mãe, mas também consegue ser em muitas coisas o oposto dela. Sempre sentimental... você está viva não está? Sua vida foi salva graças a equipe que eu coloquei lá dentro filhinha. Pessoas capacitadas. Você quer falar de prioridades? A SHIELD não é só minha prioridade, mas minha vida. E deveria ser a sua também como agente. - Meneou a cabeça. - A vida de agente é difícil, não tem nada a ver com o reino encantado em que você vive Laura. Investimos muito em você dentro da agencia e lá fora, na vida, eu e sua mãe investimos em você e como chefe ou pai meu retorno tem sido esse: desobediência, decepção.
- Eu nunca, - apontou o dedo em riste - tá me ouvindo, nunca deixei minhas obrigações com a SHIELD de lado... - começou, mas foi bruscamente interrompida.
- Nada escapa do meu olho bom... você foi desleixada, imprudente com seu serviço e pra completar você se envolve com outro agente, uma conduta que você sabia que não é permitida na agência. Você deu pra ele igual uma puta e quando ele soube a verdade sobre você ser o que é, não te quis mais. - Disse ele com uma carga de frieza imensa dando a volta na mesa de centro e se aproximando de Laura.
- Na minha vida mando eu! - Advertiu a médica. - Sou maior de idade e dou pra quem eu quiser! – explodiu.
- Sou seu Pai e você me deve respeito! Pare de se comportar como uma criança birrenta. – disse com a voz alterada.
- Respeito? Você é muito dissimulado! Minha mãe me criou praticamente sozinha e agora vem me dar lição de moral?
- Espera o que Menina mimada? Que eu bajule você? – Fury Rosnou - A SHIELD não é brinquedo criança!
- Pro inferno!
- Já terminei com você menina.
- Mas eu não terminei. - Impulsivamente, Laura levantou a voz. - Eu percebi Nickolas que nunca poderia ser como você. Uma pessoa fria e egocêntrica. Além de ser um assassino!
- Insolente! - Laura sentiu seu rosto queimar. Ele havia a esbofeteado. Laura limpou as lágrimas que havia caído com pressa e ressentimento.
- Saia da minha casa! - Abriu a porta e viu o homem sair. Seu coração batia tão forte que chegava a ser doloroso. Foi tudo muito rápido, questão de segundos, a muralha caiu e levantou de novo. Laura sentia as lágrimas que desciam teimosas pelo seu rosto. Tentou em vão normalizar sua respiração e se acalmar, aquele encontro com o pai havia sido horrível. Realmente achava que tinha deixado tudo aquilo para trás, mas aquilo lhe causava uma enorme dor. Até tentou dormir, foi para a cama fechou os olhos depois que as lágrimas cessaram, mas após se convencer que não conseguiria, ela levantou de sua cama e foi para o banheiro pensando que talvez um banho de banheira a relaxaria. Quando ligou a banheira olhou para seu reflexo no espelho e viu duas enormes bolas escuras ao redor de seus olhos, tão escuras que nem maquiagem iria ajudar a cobrir. Ela pensou em quem poderia reparar e se convenceu que o único que perceberia alguma coisa anormal seria Steve. Assim que a água atingiu a marca Laura deslizou para dentro da banheira. Ficou alguns minutos até que sentiu a água esfriar. Vestiu o roupão e foi para o closet se arrumar. Iria para a nova base subterrânea da SHIELD em Nova York. Apesar de concentrada no caminho, o pensamento da morena estava longínquo. Algo a consumia. Uma ansiedade intensa tomava conta de seu ser. Precisava treinar socar algo, extravasar os sentimentos. Ao entrar na academia Laura viu Sam e Natasha nos aparelhos. Os cumprimentou e passou por eles. Depois de uma hora malhando ouviu a voz Sam e quando levantou os olhos viu o vingador se aproximar.
- Vai com calma moça. O mundo não vai acabar. - Ela olhou-o atentamente.
- Estou calma. - Laura riu. Sentia a boca seca e seu corpo estava totalmente dolorido. Levantou do aparelho e pegou a garrafa de água.
- Dia difícil? - ele perguntou.
- Mais ou menos. Vontadezinha de socar alguém.
- Eu passo... - ambos riram. - prefiro tomar café na cantina. Vamos? - Laura gostava do jeito de Sam. Ele era engraçado.
- Vamos. - disse timidamente.
- Natasha porque não se junta a nós? Vamos tomar um café e quem sabe comer algo. -Natasha observava os dois pensou em recusar o convite mas o Falcão insistiu.
- Vamos Tasha?! A ruiva sorriu e concordou com a cabeça.
- Tudo bem. Vamos antes que eu mude de ideia. Os três ficaram na cantina durante alguns minutos. Tomaram café e comeram como se não houvesse amanhã. Sam conversava animadamente com as agentes. Contava histórias da época em que trabalhava como militar da força aérea americana, como conheceu Steve, e histórias engraçadas enquanto trabalha para a SHIELD.
- Foi muito importante pra mim entrar nos vingadores. Éramos uma família... No início eu achava os Vingadores um bando de malucos com super poderes. Só. Não leve a mal Nat, mas depois que eu me juntei ao grupo eu percebi que era mais que isso. Vocês me fizeram sentir parte do grupo, me trataram apenas como Sam Wilson, e viraram meus amigos. Vocês me deram um motivo para sorrir e devolveram minha alegria em ajudar outras pessoas. - Natasha não se segurou, fazendo um biquinho debochado e dizendo:
- Aaanw, que coisa fofa! Ainda somos uma família. Isso em breve vai acabar. Acredito que os outros irão acordar pra vida. Vamos voltar a ser o que éramos. - Sam deu um meio sorriso e continuou olhando diretamente para Natasha visivelmente emocionado. Não voltariam a ser o que eram. Pelo menos, não com os outros.
- E o Capitão? Em que parte do globo ele está? - Laura perguntou.
- Ele está treinando os demais vingadores em Wakanda. - Disse Sam olhando para a morena. - Ele deve voltar já na próxima semana. - Acrescentou com uma piscadela no final. Natasha colocou o dedo na boca como se quisesse provocar um vômito e Laura riu sutilmente. Ela queria se sentir família, como o homem a sua frente. Tinha a mãe, tinha as amigas do hospital...mas faltava alguma coisa.
- Pode soar muito sentimental, mas...Queria me sentir parte de uma família também.
- Então se sinta. Nós temos apenas uns aos outros aqui, e se tem uma coisa que Steve me ensinou é isso. Estamos aqui é um pelo outro. - Sam disse tocando nas mãos da médica.
- Obrigada Sam!
- Vocês podem por favor ser ao menos um pouco menos melados! - Disse a ruiva rindo sarcástica.Continua...
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I Knew you were trouble
FanfictionDepois de diversos incidentes a população mundial está dividida entre amar e odiar os vingadores, Steve Rogers, experimentava a sensação de estar do "outro lado" enquanto estava sendo levado a julgamento ao Tribunal Federal de Nova York para enfrent...