Começo Parte 2

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No dia seguinte acordei antes das sete horas com o Jorge em cima de mim,pedindo comida; pedi o café no quarto pra nos dois, fui com ele pra saleta e liguei o som do meu celular,onde gravei antes de sair as minhas musicas brasileiras favoritas,é claro que se trata de uma seleção bem eclética,como eu.

Deixei que meu filhote espalhasse os brinquedos pela sala,enquanto esperávamos o café da manhã.

Não conseguia deixar de pensar na minha mãe e no que tinha perdido ontem,mas sabia que tinha feito a coisa certa,pois não preciso de mais problemas e confusões do que os que já tenho em minha vida,sem falar que finalmente estou começando a conseguir me reorganizar em tantos anos de "corda bamba".

Quando a campainha tocou dei um pulo,sendo arrancada dos meus devaneios,e fui abrir a porta,era um rapaz com um carrinho de comida e outro com um grande arranjo de flores,com rosas e orquídeas em tons de rosa chá, rosa clarinho e branco com verde,lindíssimo e provavelmente uma fortuna em se tratando de EUA.

Ele me entregou o arranjo, lhe dei a gorjeta que tinha separado pro rapaz do café,coloquei o arranjo no sofá,já não tínhamos muito espaço pelos outros arranjos,e fui pegar mais uns trocados pro outro rapaz.

Assim que eles saíram e fechei a porta,servi o suco pro Jorge e fui preparar um sanduíche pra ele,mas mesmo sem querer me vi olhando pro arranjo e o cartão, logo que o servi fui direto ver o cartão,me esquecendo da minha própria fome.

O cartão estava endereçado a mim,em uma letra um pouco infantil;abri o envelope e li o cartão "Espero que ao acordar esteja melhor,e que não tenha sido o responsável pela dor de cabeça .Conto que mais tarde possamos nos ver no festival,estou curioso sobre você e sua mãe. Bom Dia!" e assinou como Baby.

Alguns sentimentos contraditórios perpassavam por mim. Não sei se queria beijar e guardar o cartão ou amassá-lo e jogá-lo fora junto com o arranjo.

Meu coração parecia estar apostando corrida com meus pulmões e fiquei tonta, lembrei que tinha que me acalmar ou minha pressão iria disparar e tudo de que não precisava era "baixar" hospital.

Jorge me olhava com uma cara ao mesmo tempo de curiosidade e divertimento , quando viu que eu estava olhando me perguntou o que eu estava fazendo,que estava muito engraçada;foi só então que me dei conta que levantava e baixava as mãos com o cartão entre elas,sem orientação como uma doida descoordenada.

Sorri pra ele e mandei-o comer,sentando ao lado dele e me servindo também de café com creme e fazendo um sanduíche,mas minha fome estava no pé,por tanto só dei umas mordiscadas no pão.

Mamãe não demorou a acordar e pedi o café dela,ela é claro não deixou de reparar no novo arranjo e não é pra me gabar,mas era o mais bonito de todos.

Ela sorriu e me disse que ele havia aparecido na festa e ficado terrivelmente decepcionado por não me ver por lá, quando elas disseram que eu alegara enxaqueca, ficou preocupado e se ofereceu de vir me trazer um medico,mas elas o asseguraram que era apenas cansaço da viajem e as grandes emoções vividas até ali,só assim ele se acalmou.

Tia Maria chegou nessa hora,estava super empolgada com as novidades,já tinha ligado pras filhas,que fazem parte de "alta" sociedade americana de onde vivem.

Ela já chegou contando que tinha sido ela que lhe passara as dicas das flores e que ele tinha feito um verdadeiro interrogatório o meu respeito durante a noite,que eles foram à sensação da festa,reparei que minha mãe não gostou muito dessa parte,ela assim como eu não gosta muito de ser o centro das atenções em determinadas situações,e essa era uma delas,ao contrário de Tia Maria.

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