O EVENTO.....Parte 1

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  O EVENTO..........

Dei um suspiro mais pra me controlar que qualquer outra coisa,então respirei fundo pelo nariz e soprando o ar ,algumas vezes pra me acalmar , senti que os dois usavam o mesmo perfume,pois não havia conflito de aromas no carro já que eu só usava um hidratante corporal com o mesmo aroma do meu banho de sais;diga-se de passagem um perfume maravilhosamente inebriante.
Sorri pros dois com a consciência de que me observavam apreensivamente, disse que eles estavam muito perfumados,dava até vontade de dar uma mordidinha em cada um, apertei as mãos dos dois que me seguravam e pisquei um olho fazendo uma cara bem marota.
Eles sorriram aliviados e mais uma vez falaram ao mesmo tempo,que eu podia me servir a vontade, fui eu que dei uma boa risada,balançando a cabeça,me virando pra janela falei.
“Vamos logo enfrentar isso, antes que perca a pouca coragem que ainda me resta e vocês não consigam me tirar daqui nem arrastada!!!”
Eles riram, o Cris falou que era pra já,abrindo a porta da limusine e começando a sair,nessa mesma hora o Baby,deu um beijo no meu pescoço atrás da minha orelha e sussurrou no meu ouvido que iria cuidar de mim a noite toda,que não me preocupasse com nada.
Se ele queria me deixar entorpecida,funcionou, pois peguei a mão do Cris que me ajudava a saltar, sentindo calafrios percorrerem meu corpo como correntes elétricas ,fazendo com que tivesse pequenos espasmos e estremecendo um pouco,meus olhos estavam fora de foco e só conseguia sentir os fleches em meu rosto,mantive a cabeça baixa sendo guiada pela mão firme do Cris que me segurava,ficando imensamente grata e aliviada por ele estar ali comigo.
Ele pareceu perceber meus pensamentos e sorriu em retorno de forma terna,senti uma mão segurar meu outro braço, virei pra ver um sorriso que me deixou sem ar, esqueci de como se respirava e de como andava,foi como se meu cérebro parasse por um segundo enquanto processava aquele sorriso cheio de contentamento e felicidade,como uma criança,os olhos de um brilho radiante o rosto iluminado, senti meu rosto se abrir em um sorriso tímido enquanto vi suas mãos e seu rosto virarem pra mim,em minha mente lerda via tudo como em câmera lenta, mas sei que foi muito rápido,ele me deu uma piscadela sutil e levantou a gola do meu casaco como que pra esconder parcialmente meu rosto dos curiosos, segurando firme em meu braço foi me levando com ele enquanto acenava pra todos com a outra mão.
O Cris ia na frente impedindo que os fotógrafos e repórteres se aproximassem de mais, dizia que era pra proteger a imagem da fã,que ele havia escolhido uma ao acaso,por afinidade, somente isso.
Todos gritavam seu nome, faziam perguntas, ele apenas sorria estonteantemente e acenava, as vezes também com a cabeça.
Eu olhava a tudo sem conseguir processar nada direito,  fiquei grata quando o tapete vermelho acabou nas portas do museu,enormes,mas protetoras,ao menos assim me sentia;até o Cris fazer seu fatídico comentário.
“Bem, o mais fácil já foi,agora vamos as feras.”
Olhei-o exasperada novamente,nunca fiquei tanto tempo nesse estado de tensão,já estava começando a pensar que jamais iria voltar ao normal.
E percebi ele lançar um olhar fulminante pro Cris vendo-o se encolher ao meu lado,e olhar pra frente apertando os lábios em uma linha fininha obviamente arrependido por ter verbalizado seu pensamento,um verdadeiro lapso.
Suspirei de novo, olhando-o falei pra seguirmos, já que estávamos lá,era melhor acabar logo com o suspense.
Seguimos em frente,na entrada do mega salão já cheio,com mesas redondas finamente arrumadas,um palco não muito grande no centro onde um conjunto tocava músicas suaves, nos dois cantos haviam bares enormes com pessoas ao redor, barmens servindo e fazendo malabarismos.
As pessoas,no momento não conseguia identificar ninguém,devido ao nervoso,estavam muito bem vestidas,a maioria dos homens de Black tie,cada um mais maravilhoso que o outro e as mulheres a maioria de longos,é claro que algumas criaturas pareciam estar fantasiadas,não sei se apenas pra chamar atenção ou por puro mal gosto mesmo.
Ele pediu o meu casaco e então vi o balcão pra guardá-los ao lado e olhei-o com cara de suplica,como que pedindo pra continuar com o meu,pois não me sentia nada segura em ficar só com o vestido ali no meio daquelas beldades.
Mais uma vez pareceu que lera meus pensamentos, sorrindo carinhosamente aproximou o rosto do meu falando por um sussurro rouco e sexy que eu era a mais deslumbrante de todas ali, que não tinha nada que me preocupar,pois meu vestido e acessórios eram tão exclusivos quanto o da maioria das mulheres presentes, que se tinha alguém que precisaria se preocupar era ele ,com a concorrência por minha atenção.
Então afastou um pouco o rosto pra me fitar com aquele ar maroto de sorriso torto que ele faz como ninguém,com uma sobrancelha levantada.
Disfarcei me virando meio de costas pro salão, fiz uma careta pra ele de brincadeira e balancei a cabeça fazendo biquinho, tirei o casaco entregando a ele que o passou pro rapaz no balcão, pegou um cartãozinho que pôs no bolso.
Virando-se novamente pra mim pegou meu braço e me virou pro salão onde vi que já não estávamos mais totalmente desapercebidos, o Cris já estava no meio de um grupo conversando parecendo absorto,mas nos observando pelo canto do olho,enquanto entravamos no salão,olhei-o nos olhos e sorri meio sem graça, puxei delicadamente meu braço pra passá-lo pela lateral de seu corpo e pousar minha mão gélida em seu braço;.ele levantou uma sobrancelha provavelmente por minha mão gelada,mas apenas dei de ombros e suspirei dando um sorrisinho de lado.
Nesse momento ouvi alguém vindo em nossa direção, falando meu nome,reconhecendo a voz do Tim,agora dei um sorriso verdadeiramente feliz e grata por ele estar ali, me sentindo mais leve e segura.
Ele sorria abertamente e cumprimentou o Baby,que retrucou com um aceno de cabeça,então virou-se pra mim;estendendo uma das mãos que peguei no ato, me puxou um passo a frente olhando de cima a baixo fazendo caretas e balançando a cabeça positivamente, sorrindo consigo mesmo,me avaliando abertamente, levantando minha mão me rodou.
E ao me parar de frente pra si,levantou a cabeça e encarou o Baby,ao meu lado, sorrindo disse que ele tinha conseguido algo que não acreditava ser capaz,mas que eu estava ainda mais estonteante que antes,ao ouvir o comentário senti meu rosto pegar fogo, vi algumas cabeças se virarem em minha direção agora também me avaliando,além das que já faziam isso.
Olhei pros meus pés querendo poder abrir um buraco sobe eles e me esconder,foi quando senti o Baby,passar o braço por minha cintura e me puxar pra perto de seu corpo. Gelei  por inteiro,ele ria abertamente fazendo meu corpo tremer com o dele,mas senti minha expressão ficar apreensiva e isso não passou despercebido ao Tim que delicadamente comentou que era melhor não terem uma atitude tão “possessiva” com relação a mim,rindo significativamente pra ele, me apontando de leve com a cabeça.
Ele me soltou um pouco,de má vontade,mas ainda rindo,seguimos o Tim que ia na frente falando animado que queria me apresentar a esposa,que estava curiosa pra me conhecer,quando chegamos aonde estavam,reconheci alguns famosos de Hollywood e o Chef do restaurante que veio me cumprimentar efusivamente,fazendo todas as cabeças da roda se virarem na nossa direção.
Parecia que éramos o assunto da conversa mesmo,pois ele continuou falando e se virando pros outros que me avaliavam com notado interesse ,que eu era sua mais nova inspiração pro próximo cardápio do restaurante,me fazendo corar novamente.
Senti sua mão pressionar de leve minha cintura como que pra me apoiar,e senti uma onda de alívio me aquecer.
Os comentário a meu respeito e de minha família continuaram,o Tim veio até nos pela lateral do grupo acompanhado de quem devia ser sua esposa.
Parou junto a nós e gesticulando entre nos duas fez as devidas apresentações, “Duda essa é minha musa inspiradora, Michelle está é a moça brasileira que tenho lhe falado.”
Ela me abriu um largo sorriso acolhedor e esticando a mão se aproximou pra me dar um beijo no rosto, virou-se pro Tim falando que eu era ainda mais bonita do que ele havia descrito, passou a outra mão carinhosamente na minha mão que ainda segurava,piscando agora pro Baby.
Dei um sorriso tímido,mas grato pelo carinho, agradeci dizendo que ela também era muito bonita,ela soltou minha mão gesticulando ao falar que não tinha nada que os cosméticos modernos não conseguiam melhorar, tive que rir e concordar.
Ela era uma pessoa afável,fácil de conversar como o Tim.
Apesar da fama se mantinham pessoas simples e agradáveis.
Fiquei meio absorta na conversa por algum tempo,até que senti uma puxadinha na minha cintura e  lembrei que ele ainda me enlaçava por ela,olhei pra cima pro rosto dele acima da minha cabeça, seus olhos se derramavam de contentamento,como uma criança que ganha a festa de aniversário dos sonhos,o sorriso se espalhou em meu rosto involuntariamente,ao vê-lo sorrindo de forma tão natural e despretensiosas,realmente feliz e satisfeito.
Ele olhava um grupo de cinco pessoas que vinham em nossa direção sorrindo pra eles, reconheci seus companheiros de filme, senti meu corpo petrificar,o que ele também percebeu,e olhou-me imediatamente o sorriso defeito e uma expressão de preocupação.
Olhei em seus olhos consternada em tê-lo perturbado em um momento de tanta alegria,ele parecia ter percebido isso também em meus olhos, com a outra mão afagou meu rosto me perguntando o que aconteceu,tentei baixar a cabeça,mas sua mão impediu levantando minha cabeça até que pudéssemos olhar-nos bem nos olhos.
Suspirei e falei, minha voz quase um sussurro e falhando,que estava nervosa com a aproximação dos amigos dele,pois não sabia como agir, geralmente não sou uma pessoa assim insegura,que ele estava bagunçando minha cabeça e meus instintos,me deixando sem saber como agir e atrapalhando meu raciocínio.
Afirmei veementemente que não sou assim ao vê-lo sorrir maliciosamente. Quando falou,sua voz era baixa e suave,mas também havia um toque de cumplicidade em seu rosto “Acredito em você,pois também fico diferente quando estou contigo,ou quando as coisas são referentes a você,só que no meu caso fico mais impetuoso do que costumo ser,me arriscando.” Com um sorriso de lado finalizou “Me sinto seguro ao seu lado”, e piscou um olho.
Estremeci visivelmente perturbada e vi seu sorriso se alargar até os olhos.
Suspirei contrita, virei pra ver onde os outros estavam, ao perceber que já estavam a menos de um metro de nós vi que me olhavam com expressões de curiosidade,mas também um certo carinho,por assim dizer.
Pensei com meus botões “o que não tem remédio remediado está, preciso clarear minha mente e procurar ser eu mesma.”
Minhas pernas tremiam,mas sabia que só eu podia perceber,quando eles chegaram a dois passos de nos ele me apresentou a eles ainda me segurando pela cintura,como se para me amparar.
Pensei em como aquilo deveria parecer pras outras pessoas,e se ele me segurava realmente pra me amparar ou como escudo pessoal.

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