Prólogo

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A arma está apontada diretamente para o seu rosto.

Você respira fundo porque já estava esperando isso. É estranho que tudo termine aqui, onde no que parece ter sido mil anos antes, você também pensou em acabar com tudo. Sem medo e sem resistir, obedece à ordem, o olhar assassino o acompanhando passo a passo. Sobe no parapeito e observa o chão lá embaixo te encarar de volta. A sensação de dejá vu é inevitável.

- Agora... pule.

A ordem quase o faz rir. É muita ironia. O universo parece cheio de ironia. Talvez até demais, pensa. Você sente o ímpeto de soltar alguma piada sarcástica, mesmo sob o risco de levar um tiro. É aí que nota o que tem lá embaixo. Quem está lá embaixo. E quem deveria estar. É aí que se lembra.

E então, você pula.

***

Eu tenho que te fazer uma pergunta. Mas meu medo é que você interprete-a da maneira errada, ou talvez apenas a entenda da maneira superficial que todo mundo entende. Não vamos nos enganar: tenho certeza de que já a ouviu essa pergunta antes em algum momento da sua vida, mas acho que talvez nunca tenha prestado atenção nela de verdade, não do jeito que deveria ter prestado. Por isso preciso fazê-la, se isso for lhe ajudar, ou levar a algo e antes de eu lhe falar sobre todas as outras coisas. Enfim, chega de enrolação. Nesse caso... lá vai...

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