10. Breve tutorial antes da fase um

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Março de 2018

Quinta-feira, 22h47


- Não precisava ter dispensado seu amigo por minha causa.

- Nós não somos amigos. Ele compra quadrinhos. Eu vendo. Simples assim – afirmou Daniel, e logo depois mordeu um pedaço da pizza que havia pedido assim que Leonardo havia saído. Era de pepperoni, sua favorita.

- Então, aquilo foi...?

- Me chamando pra um encontro de gente que vende HQs também. Simples assim.

- Um que você escolhe o dia em que vai?

- Vai rolar por dois dias.

- Seus argumentos são péssimos, você sabe disso, né?

- Calado.

- Não tem problema. Não vou te julgar por usar drogas.

- O quê?!

- Ele é seu traficante, né?

- Porque raios ele seria meu traficante? Espera aí, você acha que sou um DROGADO?

- Ei, longe de mim. Se você quiser depois entrar no site do PROERD, estou disposto a ajudar.

- Seu...

- Enfim! - cortou Edgar. - Voltemos à sua teoria. Você acha que morri esfaqueado, certo?

- É isso aí.

- E que o acidente foi o engodo pra encobrir que eu fui morto antes de estar no carro?

- É.

- Mas não faz lá muito sentido.

- Porque não?

- Ora. Que tipo de pessoa seria tão burra ao ponto de esquecer a arma do crime dentro de onde colocou o corpo? É estupidez demais.

- Se estivesse nervoso demais, quem sabe...

- Ninguém que estivesse 100% em suas faculdades mentais o faria.

- Acha mesmo que alguém com 100% de faculdades mentais mataria outra pessoa a sangue frio?

- ... bom ponto.

- O que me leva à segunda parte da minha teoria. Que é bem óbvia, quando se pensa nela.

- Qual?

- Quem te matou te conhecia. Não foi algo aleatório. Sabia qual era o seu carro e era próxima o bastante pra te enfiar uma faca sem que você lutasse tanto. Era algum dos seus amigos... ou da sua família.

Edgar encarou Daniel e soltou uma risada. O olhar de Daniel permaneceu sublime, porém firme. Não tirou os olhos do fantasma até ele parar de rir e também ficar com uma expressão séria.

- Oh. Você... é sério?

- Pode não ser a coisa mais legal de se ouvir. Mas se um assassinato realmente aconteceu naquela noite... e a faca não estava ali por mera coincidência... então quem te matou foi alguém com recursos para esconder um cadáver... e que também era próximo a você.

Edgar suspirou. Daniel por um momento pensou que poderia sentir a tristeza ao redor dele. Então notou que realmente havia uma leve penumbra azulada ao redor do espírito. Quase imperceptível, se não olhasse com atenção. Se perguntou há quanto tempo ela estava ali.

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