•Desabafo com a pessoa errada.

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[07/03/2017]

10:40

Na escola

Indo para aula de Educação Física

      Haviam se passado duas terríveis aulas com a linda e maravilhosa (mentira) Mariângela, um tempo com o Julio e um tempo de artes. QUE MERDA! E agora vamos ter a nossa maravilhosa aula de Educação Física. Mas, com tudo, entretanto, toda via, eu estou tentando ficar animadinha.
      Porquê no fundo eu estou puta pra porra.

      Motivo: ciúme.

      Que merda né? Mas é ciúme de uma amiga, sim, amiga.

      Bom, como todos nós amigos sabemos, Julia começou a ficar amiguinha da Enyly, e no fundo, bem no fundo, num fundo bem profundo, nem eu, Anna, nem Giovanna gostamos dela. E o simples fato de Julia ficar com ela, me irrita.

      Tá, eu sei eu sei, nós estamos bancando as protetoras, amigas chatas e ciumentas? Sim, estamos. Mas é uma boa causa. Anotem aí: Um dia, isso tudo vai fazer sentido e Julia vai ver como nós temos razão do que estamos falando.

       Mas agora, por que nós não gostamos dela? Simples, ela não foi com a nossa cara desde o primeiro dia. Ela parecia legal e tal, mas nós sabemos que ela não gostou de nós e só ficou amiguinha de Julia, só nos aturando pra Julia não dar um fora nela.

      Mas como toda menina falsa, ela tinha que começar a ficar toda nojentinha pra cima de nós, não é? Sim. Infelizmente sim.

      Nesses nossos tempos de aula, Julia tinha ficado colada com Enyly, e esse foi o motivo de eu ter ficado puta. Ela pode ter outras amigas sim, claro. Aliás, não quero proibir ninguém de nada, mas precisa ficar colada com ela o tempo todo sabendo que as melhores amigas dela não gostam dessa menina?

      Já eram 11h e o professor como sempre ainda nos prendia na sala esperando o silêncio da turma.

      — Podem descer. — ele fala abrindo a porta, como sempre, temos aqueles malucos que saem correndo como se a quadra não ficasse lá o tempo todo.

      — A Enyly já tá me irritando. — Giovanna sussura para mim, só aí vejo que ela saiu puxando Julia para fora da sala.

      — Não é só você. — falo pegando meu celular e meu fone.

      Eu, Giovanna e Anna começamos a andar rumo a quadra, ou talvez, só estávamos tentando fugir de um bando de malucos que queriam chegar primeiro ao local.
      Como eu estava na frente, e atrás de mim as meninas, junto com metade de uma turma de loucos, puxo elas para um canto abrindo passagem para os outros, evitando que fossemos pisoteadas.

      — Me agradeçam depois. — falo e continuo descendo a rampa num ritmo mais rápido que elas.

      Chegamos à quadra e vou em busca de uma tomada para carregar o celular. Quem sabe né?

      — Professor. — chamo, que logo se vira me procurando. — Tem alguma tomada por aqui?

      — Hum... Acho que tem uma naquele canto. — diz e aponta para a parede ao lado dos vestiários.

      — Valeu. — agradeço e vou até lá. Realmente tinha uma tomada ali, agora vamos descobrir se funciona.

      Olho em volta procurando Anna e Giovanna, as duas foram sentar na arquibancada. Giovanna já estava puta, então o melhor a fazer no momento era deixar ela quieta no canto dela. Isto é, se você não quiser que ela dê a loka pra cima de você.

      — Aleluia! — falo quando coloco o carregador na tomada, e olhe só, funciona! Agora vamos ficar ouvindo música até 12:20. Mas é claro, que tinha que ter alguém para me perturbar.

      — Vou roubar seu carregador, tá? — Kauan Lobato, um amigo do antigo colégio que adora implicar comigo de brincadeira, chega falando.

      — Sai fora! — falo. Pra começar, ele tira o carregador da tomada algumas vezes. — Para demônio!

      — Ai nossa. — ele ri e sai. Fico alguns minutos ali quando percebo Julia indo falar com as meninas. Já imagino Giovanna falando tudo na cara dela e vou pra junto delas.

      — O que tá irritando a gente Julia, é você ficar com ela e esquece da gente. Você sabe que nós não gostamos dessa menina! — chego a tempo de ouvir Giovanna falando isso.

      — Tá cara, desculpa, mas eu também tenho uma vida sabia? Vocês não podem ficar me prendendo e me impedindo de ser amiga de outras pessoas. — Julia diz, olha pra mim e sai.

      — O que tá acontecendo? — pergunto.

      — Depois a gente te explica. — Giovanna fala, emburrada.

       Fico com elas até o sinal de 12:20 bater. Depois do ocorrido, Julia não veio falar conosco, até dou razão pra ela, Giovanna exagera um pouco sempre.

       Vou para o meu armário colocar alguns livros e acabo demorando um pouco lá. Saio da escola e vou em direção ao ônibus. Quando entro, me preparo para sentar em algum banco da frente, não estava afim de conversar com o Rodrigo, aquele assunto das meninas já tinha me irritado o bastante.

      — Helena! — ele infelizmente me chama. — Vem cá.

      Respiro fundo e vou em sua direção.

      — Por que não veio logo pra cá?

      — Nada. — falo colocando meus fones. Ficamos calados quase a viagem toda, acho que por alguns minutos ele percebeu que eu não queria conversar.

      — Ei. — ele fala, virando meu rosto devagar e tentando me beijar, mas eu recuso. — O que foi?

      — Nada. — falo e ficamos calados. Em alguns momentos ele até tentava puxar conversa, mas eu estava tão chata que ele acabou desistindo.

    (...)

  

  

  

Um Ano Diferente [2017]Onde histórias criam vida. Descubra agora