T H R E E

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Já que iríamos em um restaurante de minha escolha, optei por um restaurante vegetariano no centro da cidade.

O lugar era extremamente aconchegante e descontraído. Tudo era decorado com um tema de praia. Havia pranchas e conchas decorando as paredes em nossa volta, tudo bem californiano.
Além do enorme painel feito com colagens no fundo do restaurante. As colagens formavam o desenho perfeito do oceano.

Logo que sentamos, uma garçonete alta e loira chegou para anotar nossos pedidos.

- Vince, quanto tempo você não vem aqui. - ela disse olhando para o moreno na minha frente.

Então ele já conhecia o lugar?

- É, tenho ficado afastado do centro da cidade. - respondeu dando de ombros.

Assim que ela anotou nossos pedidos, partiu para a cozinha.

- Você vinha muito aqui? - indaguei, curiosa.

- Até que sim. - por sua resposta percebi que ele não queria falar sobre isso. - Vegetariana? Sério?

- Posso te passar toda a minha tese sobre o quanto os animais sofrem e o quanto o nosso ecossistema está sobrecarregado com a demanda de assassinatos de bichos para satisfazer o seu paladar, mas isso arruinaria nosso encontro. - falei rapidamente com um sorriso irônico nos lábios.

Animais em primeiro lugar, querido.

- Há, então é um encontro? - perguntou, com um sorriso convencido nos lábios.

Droga.

- Na verdade, Senhor Vincent, esse negócio que estamos fazendo é para que você mude meu pensamento de que é apenas um maníaco desconhecido. - disse, rindo.

- Passamos de "encontro" para "esse negócio"... - ele disse. - Estou oficialmente decepcionado.

Eu ri. Deus, ele tinha um senso de humor invejável.

- Você é bipolar, sabia? - eu falei mais afirmando que perguntando.

Ele me olhou curioso e esperou que eu continuasse a falar.

- É sério. Quando te conheci você foi tão seco e inexpressivo, só que mais tarde na praia foi uma pessoal totalmente diferente e agora está com esse bom humor todo. - disparei. - Ou seja, bipolar.

Eu não me sentia nervosa perto dele, talvez por conta de seu bom humor ou pelo fato de os olhos dele transmitirem um brilho acolhedor.
Eu só sabia que estar perto dele era algo bom. Podíamos facilmente ser amigos.

- Você derrubou minha querida moto e queria que eu continuasse com meu bom humor? - ele disse como se fosse uma coisa absurda e eu concordei.

- Ponto pra você, Lewis.

Ele me encarou por alguns segundos e apenas sorriu.

A garçonete voltou com nossos pedidos.

Durante a refeição conversamos um pouco sobre San Diego, o mar e as praias que nos cercavam. Vincent surfava e também partilhava de um amor pelo mar. Ao falar disso pude ver um brilho em seus olhos.

Após a garçonete levar nossos pratos, um breve silêncio tomou conta da nossa mesa.

Ele decidiu puxar assunto.

- Tudo bem, Mary, estou curioso, o que mais você quer saber sobre mim? - me olhou com as sobrancelhas arqueadas.

- O que você estuda, Lewis? - questionei, eu o via na faculdade, mas não sabia o que ele estudava.

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