Capítulo 5

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— Muito obrigada pela sua generosidade, mas preciso ir. - falo.
— Ella, venha, o jantar já está servido e você é bem-vinda a se juntar a nós. - disse Rose me conduzindo até a cozinha.
— Obrigada. - falo.

Sinceramente, não esperava por isso. Rose me disse a verdade sobre minha mãe ou um pouco sobre a história. Mas isso não explica o porque de Charlie me abandonar.
O que aconteceu no passado para meu pai nunca ter me criado?

A cozinha é em frente da sala de estar. Uma porta de correr as separa. Me sento na mesa de jantar e observo o jardim com suas árvores pela janela da cozinha.
A cozinha é composta com um enorme armário planejado preto que ocupa a maior parte do ambiente e uma ilha no centro. Em cima do fogão fica a janela.

— Onde está o Christopher? - pergunta Rose.
— Ele já jantou e disse que iria na casa do Thomas.
— Porque foi assim? Sem me avisar?
— Eu comentei com ele sobre a Ella. Ele ficou tão maravilhado, que correndo foi contar ao Thomas.
— Porque ele iria ficar tão maravilhado comigo? - pergunto.
— Porque agora ele tem uma irmã. - disse Charlie.
— Sabe Ella. - e se junta com nós na mesa de jantar. — O Christopher sempre desejou ter um irmão ou uma irmã, mas nunca pude dar isso a ele.
— Entendo como ele se sente. - comento.

Depois de terminado o jantar, me junto com Rose para ajudar com a louça.
É estranho descobrir que meu pai tem uma família feliz. Mesmo depois das perdas que sofreu.
Preciso perguntar a ele o porque. Esse é o momento. Depois do jantar, ele foi se sentar no sofá para ver televisão. Terei chances agora de conversar a sós com ele.
Me encaminho para a sala, mas sou chamada pela Rose.

— Ella. - disse.
— Sim?
— Obrigada por me ajudar.
— É o mínimo que eu poderia fazer. - digo sorrindo e me viro para olha-la.
— Ella, me desculpe se  passei uma impressão errada, por ser casada com o seu pai e ter sido a melhor amiga de sua mãe. No tempo do colégio,  não sentíamos atração um pelo outro e bem... - houve uma pequena pausa em sua fala, como se não soubesse ao certo o que falar- depois de dez anos, do acontecimento da Vivian, simplesmente aconteceu..
— Tudo bem, nunca controlamos nosso sentimento. E também, fico feliz que Charlie tenha uma vida feliz. - sim, de primeira parte fiquei um pouco surpresa em saber que ela era amiga de minha mãe e que é casada com o meu pai, mas não posso intrometer nas vidas das pessoas, principalmente deles.
— Obrigada por compreender. - disse Rose me abraçando.
— Que isso. - falo ficando envergonhada.
— Ella, o que Thelma falou sobre a Vivian para você?
— Minha tia simplesmente me disse que minha mãe e meu pai morreram em um acidente de carro quando eu tinha alguns meses de vida e que a culpa era de meu pai por ela está morta.
— Você acreditou nela?
— Na época, eu não tinha em que acreditar. Não tinha uma mãe e nem um pai, era só eu e Thelma. Agora, nem sei se posso mais acreditar nas coisas que ela me contou.

Assim que termino de falar, escutamos a porta de entrada ser aberta.
— Oi Ella! - disse Christopher correndo da sala até a cozinha.
— Oi.
— Ella, o que vai fazer agora?
— Hmm... Nada. Por que?
— Eu estava pensando, se você não gostaria de conhecer a cidade. - disse ficando todo vermelho. Que fofo.
— Hmm, agora de noite?
— É, bem... Não exatamente conhecer, mas para... Você gosta de beber?
— Gosto sim. - comento sorrindo.
— Ótimo! - disse todo sorridente. — Então, vamos sair para beber. Não que esteja chamando para sair como casal... Mas como amigo, sabe... Érr, o Thomas e a irmã dele vão, então não é um encontro. - disse ficando cada vez mais vermelho.
— Sim, claro! Porque não. - aceito, sorrindo cada vez mais.
Bem, a noite promete.

— Então, onde estão seus amigos? - pergunto, assim que saímos da casa, descendo as escadas da varanda.
— Eles já foram ao bar, devem já estar nos esperando. - disse Christopher.
Um silêncio cai sobre nós.
Um silêncio bem desconfortável. Não estamos saímos em um encontro, somos como irmãos mas, isso não deixa de ser constrangedor.

Caminhamos alguns minutos nesse silêncio lado a lado. E nesse meio tempo, percebo o quanto agradável é sua companhia. Mesmo que não somos conhecidos, me sinto segura. Uma segurança que nunca tive antes. E isso me fez lembrar...
— Seus olhos brilharam, quando você falou sobre o Charlie.
— Sério? Deu para perceber?
— Sim. Você o admira, não é?
— Eu o considero como se fosse meu pai verdadeiro. Ele... Me ama. Como um filho para ele.
— Isso dá para perceber.
— Oh! Ella, me desculpa, eu não devia ter falo assim.
— Não, tudo bem. Ainda é difícil de acreditar que tenho um pai vivo.
— O Charlie me contou sobre o que aconteceu com você, deve ser um saco.
— Com toda certeza! - falo caindo na gargalhada.
— Porque está rindo?
— Por tudo! Por todas as mentiras que me contaram, pela raiva e pelo choro. Não quero ficar lamentando mais pelos acontecimentos do passado.
— Esse é o astral. - falou Christopher fazendo dois jóias.
— Eu só sinto que tem mais segredos nessa história.
— Como sabe?
— Intuição. Então, onde fica o lugar?
— É só virar a rua e... Voilà.
— Uau! Parece ser bem peculiar o lugar.
— E é. Vamos, Thomas e sua irmã já devem estar nos esperando.

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Nota: Espero que vocês estejam gostando da história, votem e comentem. Suas opiniões é muito importante para mim. :)

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