Capítulo 13

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Toda conquista começa com a decisão de tentar.

Mesmo após o momento em que Charlie me deu uma resposta evasiva, me pego perguntando se estou certa em recomeçar minha vida na cidade em que nasci com um pai que esteve ausente a minha vida toda.

2:30 da manhã e eu perdida em meus pensamentos...

Vou para a cama dormir, ou melhor, apenas tento, porque perguntas e mais perguntas me perturbam quando fecho meus olhos. Minha mente está mais perturbada do que imaginava.
Sem poder ter um descanso desde que pisei o pé nessa cidade, pego minha agenda dentro de minha mochila ao lado da cama e começo a fazer uma listagem de perguntas sem respostas, para amanhã começar a minha busca por respostas. Eu preciso delas, sinto que posso não gostar de muitas respostas, mas mesmo assim, eu tenho que tê-las.

- Porque Charlie nunca se aproximou ou quis me conhecer?
- Porque Thelma sempre escondeu o fato de que tenho um pai?
- Porque aquelas cartas nunca chegaram até mim? E porque Charlie só enviou cartas?
- Rose era mesmo amiga de minha mãe falecida? Qual será o passado dela?
- Por que por algum motivo Thelma me deixou ficar com Charlie?
- O que exatamente aconteceu na casa de Amber? O que é a avó dela e de Thomas?
- E quem é Brayan Botellos? E por que me sinto atraída por ele, mesmo sentindo que me envolver com ele é perigoso?

Coloco a agenda na minha cama, aberta na página denominada "Os Segredos Íntimos: a verdade será revelada", com as perguntas parecendo me encarar.
Largo a caneta em cima do caderno, no momento em que ouço um "crá" vindo da janela.
Ignoro, e me viro, querendo poder ter um sonho em um campo verde, com um céu azul. Me pego sorrindo, nunca tenho esse tipo de sonhos, só um sonho que sempre se repete no mesmo lugar: eu numa floresta escura e úmida com um vestido branco que quase se ilumina, querendo fugir de alguém, mas, nunca sei quem é a pessoa e nisso machuco o meu tornozelo e a pessoa fala algumas coisas e me ataca. Nunca soube se a pessoa me mata ou não, sempre acabo acordando no exato momento em que a pessoa se aproxima de mim.
Isso ocorre faz várias semanas, será que é um presságio? Às vezes, penso que sim, outras, acho que posso acabar louca.

Meu pensamento é interrompido por outro "crá" vindo da janela. E mais outro, e mais um "crá, crá, crá".
Maldição! O que deve ser isso?
Me levanto já com raiva por quem quer que seja ter me tirado de meu devaneio. Me aproximo da janela e aquele som não para, e isso me irrita cada vez mais.
Abro a janela, e um enorme corvo aparece voando com suas penas negras como a noite, e pousa no parapeito de meu quarto. O susto é enorme, do tamanho do pássaro.

Ele é tão grande, impossível ter esse tamanho

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Ele é tão grande, impossível ter esse tamanho.
O pássaro abre seu bico e sai um "crá", seus olhos são de um vermelho vivo, e me encaram, virando a cabeça, como se quisesse que o reconhecesse. Isso me assusta muito. Nunca tinha visto um corvo, principalmente um desse tamanho em minha janela.
Como ele…
Suas asas se abrem, me deixando sem formular a pergunta em minha cabeça, e voa, voa para a noite sendo completamente engolido pela escuridão.
Sinto um calafrio percorrer meu corpo, será o frio ou outra coisa...? Fecho a janela e me deito.

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