Capítulo 9

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— Hei, Ella! Vamos! - de repente, Amber aparece ao meu lado me puxando para fora do banheiro.
— O que houve?
— Você ganhou!
— Ganhei?
— Sim! - disse batendo palmas. — O prêmio da noite, e estão te chamando.

Depois de me apresentar para a plateia, como a grande vencedora da noite do karaokê. Eu e meus colegas de mesa, tivemos a oportunidade de pedir quaisquer bebidas do bar, do mais caro ao mais barato, independente do preço, por três rodadas.

Por um momento, no mínimo que seja, passou pela minha cabeça que eu poderia ter essa vida, uma vida rodeada de amigos. Nunca fui próxima em ter amigos, mas no pouco tempo em que estive com eles, considero como amigos.
Mas a realidade dói, amanhã estarei partindo para uma nova cidade, isso tudo não vai passar de uma lembrança, de uma noite qualquer. Irei sentir saudades.

Logo que terminamos as rodadas, fomos embora. Amber e Thomas nos acompanharam, tecnicamente, carregaram o Christopher.
Como ele aguentou beber tanto? Essa é uma pergunta que gostaria de descobrir a resposta.
A casa de Charlie fica a alguns quarteirões do bar, não foi difícil de chegar.

Chegando na escadaria de entrada da casa, Christopher se solta de Thomas e se vira para nós e fala:
— Está é a minha deixa. - e entra. Segundos depois, escutamos um barulho de algo caindo. Era o Christopher desmaiado no chão no hall de entrada.
— Ella, acho melhor nós irmos. - disse Amber.
— Sim. Foi bom conhecê-la. - fala Thomas se despedindo com um beijo em minha bochecha.
— Gostei muito de conhecer você. - disse Amber me abraçando, e foram embora.

Fico parada no meio da calçada, me perguntando se devo entrar ou não. Isso deve ser uma pergunta estúpida, mas eu não faço parte daquela família.
Pode parecer que estou sento egoísta, mas quando descobri a existência de Charlie, não imaginava que ele teria uma família e que seria feliz como ele está, e isso, me faz querer não tê-lo conhecido, não quero estragar a felicidade dele por ter vindo até aqui.

— Ella!
Alguém me chama e me viro para o lugar de onde a voz vem. Era Rose parada na porta.
— Porque não entra? - pergunta ela.
— Irei passar a noite num hotel.
— Ah, tudo bem. Se mudar de ideia, tem um lugar para você. - disse sorrindo para mim.
— Obrigada. - sorrio de volta.

Não. Definitivamente, não. Não posso fazer isso, eu tenho que ir para meu quarto e pensar tudo o que aconteceu hoje. Mas minha casa fica horas daqui, e já são 2 da manhã. Preciso ir para um hotel.
Em meu estado, não posso dirigir, mas irei mesmo assim. Antes de chegar ao bar, tinha avistado um hotel.

Hotel Oriente, parece um lugar aconchegante.
Na portaria fui fazer o check-in, os únicos pertences que eu tinha era minha carteira e minha roupa do corpo. Na hora da emoção, não tinha pensado em pegar algumas peças de roupas.
Cansada demais para pensar, não percebo que alguém está me acompanhando na espera do elevador. Olho para o lado, assim que sinto a sua presença.

Não acredito no que estou vendo. Esfrego os meus olhos duas vezes, para ter certeza que não é minha imaginação.
Era ele. Aqueles olhos nunca irei esquecer e nem no momento em que eu fiquei hipnotizada enquanto ele cantava no palco.
— Você irá entrar? - disse ele, dentro do elevador.
Não tinha visto o momento do elevador chegar, e nem o momento das portas abrirem.
Quando ele perguntou, minhas pernas andaram sem o meu comando, é como se eu estivesse na sua hipnose ainda.
— Qual é seu andar? - pergunta ele.
— 3. - e nenhuma palavra mais foi dita. Eu queria poder falar com ele, mas não consigo. Eu torcia para que o elevador estragasse, como nos filmes, mas na realidade isso nunca iria acontecer, mesmo que acontecesse, eu não tenho essa sorte.

Me lembro do momento em que aquela mulher loira me disse, que Brayan e Ian estavam de olho em mim, será que é ele? Preciso perguntar, coragem Ella.

Mas a sorte está contra mim.  Quando junto as forças para perguntar o nome dele, as portas se abrem.
Esse é o momento de eu ir. Decepção me consome.
Saindo do elevador, de costa para ele, ele diz:
— Você é a garota do bar. - ele lembra de mim. — Me chamo Brayan e você?
— Ella. - falo enquanto me viro para olhar ele.
— Ella, amanhã nos encontramos.
— Como tem certeza?
— Sempre tenho. - e sorri de lado enquanto as portas iam se fechando.

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Nota: Espero que vocês estejam gostando da história, votem e comentem. Suas opiniões são muito importantes para mim. :)

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