Capítulo Dez

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Camila


Quando acordo, já passam de três da tarde e parece que não dormi nem cinco minutos.

            
             Levanto e vou à busca de comida, ao descer as escadas dou de cara com um extraterrestre. E bem que poderia ser, seria bem mais legal que o Damien. Mas, como não tenho tanta sorte, é só o meu amigo mesmo.

             — Não tem casa não?

             — Minha mãe saiu e não deixou a chave. — Ele desgruda os olhos da televisão e estende uma vasinha com pipoca. — Quer?

             — Lógico que quero. — Sento ao lado dele no sofá e encho a mão de pipoca.

             Missão cumprida. Achei comida.

             — Ele não tem casa não? — Pergunta Coby ao entrar na casa, todo soado e ofegante.

             — Desconfio que não. — Digo e ele ri, indo em direção ao seu quarto, fazer não sei o que.

             — Por que ele parece estar morrendo? — Pergunta Damien.

             — Sei lá, deve que foi correr. — Respondo.

             — Hmm, certo. — Diz e muda de assunto rapidamente: — Vamos ao shopping?

             — Você precisa de algo? — Pergunto.

             — Não, só conhecer a nova vendedora da loja de jardinagem.

             — E a bartender que você estava de olho?

             — Que bartender? — Ele se faz de desentendido e eu reviro os olhos.

             — Quando é que você virou um puto?

             — Não sei, mas você continua me amando. — Diz tentando imitar o sorriso do Cheshire, gato de Alice do País das Maravilhas.

             — Certo, eu vou, mas você vai ficar me devendo uma.

             — Falei que me ama. — Mostro-lhe o meu dedo do meio.

             — Você sabe onde enfia esse dedo né? — Ele diz e eu levanto uma sobrancelha, desafiando-o a dizer. — No nariz, pra limpar o salão. — Reviro os olhos.

             — Certo. Você é idiota assim mesmo, ou é um ótimo ator? —Pergunto.

             —Sinceramente? Não sei. Agora vá trocar de roupa, por que se você for vestida assim eu vou fingir que não te conheço.

             — Por quê? Elas são tão confortáveis. — Digo e faço uma cara triste.

             — Um mendigo é mais bem vestido que você.

             — Ta, mas não precisa humilhar também. — Resmungo, e vou em direção ao meu quarto trocar de roupa. Bem contrariada, devo acrescentar.

             Quando volto para a sala, vejo Damien encostado na porta e girando a chave de seu carro no dedo, todo exibido porque sabe que não posso dirigir até o próximo ano.

             — Liguei para minha mãe para avisar que ia ao shopping e ela me obrigou a levar a Soph. — Avisa ele. Sophia é a irmã de cinco anos dele.

             — Ok. — Digo e solto um riso ao olhar para a cara de desgosto dele. Ele diz amar a irmã, mas quando se trata de cuidar dela fica todo revoltado.

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