Capítulo Treze

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Camila

             — Metade da população feminina dessa escola esta puta com você e a outra morrendo de inveja.

— Assim que encontro com Damien, após o final das aulas do dia, ele já faz o favor de soltar as fofocas. Às vezes acho que ele é mais fofoqueiro do que uma menina.


             — Ótimo, por que elas mesmas não fazem o trabalho com eles? — Resmungo.

             — Ah, qual é? Você nem falou com eles para achar eles tão chatos assim. — Comenta.

             Reviro os olhos. — Se eu fosse você, não teria tanta certeza assim.

             — O que você não está me contando, Camila? — Droga, ele me chamou de Camila, isso nunca é um bom sinal.

             — Nada.

             — Você sabe que eu odeio quando não me dizem algo, então fale logo. — O que eu disse sobre ele ser fofoqueiro mesmo?

             — Depois eu conto. — Ligo meu celular e olho às horas. — Tenho que voltar pra casa.

             — CAMILA! — Ouço-o gritando, mas já estou caminhando para longe do estacionamento.

             Dez minutos depois chego em casa constato que não tem ninguém em casa. Agora eu gosto, sinto mais liberdade assim, mas quando era na antiga casa eu sempre sentia a esperança de encontrar meu irmão em casa, idiotice eu sei. Depois de um ano não vou simplesmente chegar em casa e encontrar meu irmão deitado em sua cama, trabalhando em algum novo desenho e ouvindo suas músicas. Sei que não é assim que as coisas funcionam, ele fugiu de casa porque algo estava acontecendo, nos dias antecedentes ao seu sumiço eu havia percebido que tinha algo estranho com ele, mas como ótima irmã, resolvi ignorar e por isso sinto um leve remorso até hoje, como se meu subconsciente insistisse em me dizer que se eu tivesse perguntado-lhe o que estava acontecendo, poderíamos resolver e hoje ele estaria aqui.

             Dentro de toda a saudade, tristeza e arrependimento sinto raiva também. Como ele pode simplesmente me deixar? Eu não significava nada pra ele? Diabo, ele era meu irmão! E nos dávamos muito bem, houve poucas brigas entre nós.

             Limpo uma lágrima teimosa com agressividade, chega de chorar. Ele resolver ir embora? Tudo bem.

             Vou pra cozinha e esquento umas sobras que estavam na geladeira. Como, lavo toda a louça suja que se acumulava ali e subo pro meu quarto. Pego um livro e me perco na história. Nada melhor do que me concentrar na vida de outra pessoa, mesmo que um personagem fictício, para esquecer a própria vida.

             Sem perceber, vou sendo levada pelo cansaço e acabo dormindo.

             [...]

             — Será que ela ainda esta viva? — Uma voz muito próxima ao meu rosto me acorda.

             — Acho que sim, ela parece estar respirando. — Diz outra voz.

             Abro os olhos e vejo duas pessoas dentro do meu quarto. Uma está invadindo meu espaço pessoal, Josh, aparentemente.

             — O que vocês estão fazendo aqui? — Resmungo.

             — Trabalho. Hoje. A. Tarde. Lembra? — Nick diz como se explicasse para um deficiente mental.

             — E isso é motivo para vocês invadirem minha casa?

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⏰ Última atualização: Aug 03, 2023 ⏰

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