CONFUSÃO

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...15 março de 2015...

Aflição, medo, uma mistura de sentidos, uma mistura de pensamentos, a quem recorrer? BÁRBARA! Foi tudo que eu consegui pensar...
Procurei o celular e achei debaixo do travesseiro.

—Bah... A gente transou!

A esse ponto as lágrimas ja desciam, e com certeza foi difícil de entender do outro Lado.

—É o que? Vocês oque? Trannn, transaram? Tipo sexo?

—Foi Bah, isso que tu ouviu

—Ana Clara, me conta isso direito!
...14 de Março de 2015...

Fim de Show em Sampa, felicidade que nun tinha cabimento dentro da gente, eu e Vi tava no camarim, e logo depois chegou o Fê, a Mari, o Jeffinho, e o Léo, conversa vai conversa vem, NINGUÉM QUERIA IR PRA CASA!! "Vamo fazer alguma coisa, ué" foi oque Vi sugeriu, olhei pra ela e sabia que oque ela queria era beber, eu disse que topava, e logo as ideias surgiram, pensaram em ir pra alguma balada, algum restaurante, até pra casa da Mari, mas acabamos resolvendo que iríamos ficar no camarim bebendo alguma coisa, como ja havia passado um bom tempinho desde que terminou o show eu e Vi não nos importamos em ter que ir comprar a bebida, trocamos de roupa e saímos do teatro.

—Que noite bonita!

Vi falou e logo me desligue do que estava fazendo para olha-la.

—Que show lindo!

Eu disse, abraçando-a de lado.
Virei a cabeça pra cima, e nossos olhares se chocaram ficamos ali por uns segundos e vi deu um beijinho na minha testa.

—Ana... Tu ta mó cheirosa, parece uma florzinha, e tá com um cheirinho de lar.

—Orxe vi, nem notei, num preciso te dizer que tu ta cheirosa, porque só d'eu ta grudada em tu da pra saber.

A gente riu o caminho todo, do teatro ao mercado, do mercado ao teatro, chegamos no teatro e já estavam com um som baixinho tocando, um climinha muito bom, muito nós, assim foi a noite, bebemos, bebemos, e bebemos, ainda pensei em tomar cuidado, mas quando vi já não tinha mais noção de porra nenhuma.

A gente pegou um Uber, com a ajuda do fê, com certeza não conseguiríamos sair do canto sozinhas, chegamos no nosso apartamento e nos jogamos no sofá, vi levantou cantando fome e foi pra geladeira ver se tinha alguma sobra, escutei umas batidinhas no balcão como uma tentativa de me chamar, e quando me virei vi Vitória segurando uma garrafa de vinho, com uma sobrancelha levantada e um olhar sugestivo, não teve auê, me levantei e peguei o abridor, abri o vinho e Vi ligou o som, aquilo era tudo que a gente queria pra ser feliz, eu, ela, e uma garrafa de vinho.

Vi dançava Beyonce, e como todas as outras vezes, me peguei olhando e pensando no quanto ela é linda, Vi tem um brilho diferente, ela transborda paz, ela transmite paz.
Vi me olhava e sorria, e de pouco a pouco ela ia chegando pra mais perto, segui o ritmo e também comecei a me aproximar, a música que tava tocando acabou, e pra acabar com nossas vidas começou a música Sambinha bom, da Mallu, entrelaçamos nossas mãos, e vi deu uma leve sambadinha acompanhando o ritmo da música, nós rimos e começamos a cantar nun tom um tanto alto.

"Sambinha bom
É esse que traz de volta
Que é só tocar
Que logo você quer voltar
Meu coração
Já cansou de tanto choro derramar
E pede "volta" pra gente dançar"

Dançávamos a música com as mãos entrelaçadas e nosso corpos grudados, em um só ritmo, num só compasso.
Aquela aproximação me confundia, mas me acalmava e me fazia um bem enorme, não pensava em nada além de nós, eu só queria viver o momento, e ser o que tivesse que ser naquela hora, sem pensar no ontem, sem pensar no amanhã, sem pensar em nada lá fora.

Será que um diaWhere stories live. Discover now