Lembrando a tus que: musiquinha só quando ver issaqui **
...POV VITÓRIA...
O que te faz sair do chão?
O que te faz querer fugir e ficar ao mesmo tempo?
O que te faz ser?
O que tu faz ser?
O que te faz sonhar acordado?
O que te faz querer?
A vida é curta demais pra se questionar sobre isso amigo. Afinal, nunca acharás a resposta se procurar por elas fissuradamente. Não questione, espere, e deixe que venha. Elas virão. É promessa da vida. Vida é escola. Tu, eu, a gente é só aluno. Aluno do tipo que não presta atenção no assunto e quando chega na prova procura uma luz descida dos céus. Prestar atenção. Isso. Prestar atenção. Atenção pra interpretar e reconhecer a resposta. Eu disse interpretar e conhecer certo? Não correr atrás delas.
Coração é rio inundado de respostas que estão doidas pra transbordarem. Se procurar pelas bordas num transborda não. Hoje eu ganhei. Ganhei minha resposta. E tu, ganhou a tua?(...)
"Ei vi" ouvi longe sentindo uma mão apoiada em minha cintura. "Vivi, corda plixencinha" ouvi de novo. "Vi, por favor" agoniei sentindo o sol batendo em meus olhos.
—Fechacortina!
—É o que Vitória?
—Fecha a cortina Aninha!
Ana correu em direção a janela e fechou a cortina, voltando a cama logo em seguida se jogando ao meu lado. "Pronto agora tu pode abrir os zói".
—Menina que é que tu tens?—Falei assim que vi o sorrisão estampado no rosto de Ana.
—Ahhh Vi! Acordei feliz. Livre. Leve. Solta. Quero fazer uma coisa louca... Num sei se tu vai topar...—Falou sorrindo de lado, apertei os olhos olhando pra Ela.
—O que tu ta aprontando Naclara?
—Aaa Vi! Sim ou não?
—O que é qu...
—Vitória sim ou não?
—Ana Clara, Ana Clara! Sim! Mas eu acho bom você não dar uma de doida!
Ninha se jogou por cima de mim me abraçando, mandando eu me arrumar logo em seguida. Perguntei o que vestir e ela respondeu "veste alguma coisa simples! Num vamo pra nenhum lugar formal não!" Segui o que ela recomendou. Em 25 minutos eu já estava pronta, vesti uma camiseta preta e um short jeans cintura alta, e calcei uma percatinha básica.
Naclara saiu do quarto, com um estilo semelhante ao meu, trazendo uma mochila em suas costas.
"Pra que isso aí Naclara? Vai acampar é?" Perguntei, e ela respondeu que eu agradeceria depois.
Ana chamou um táxi, e em pouco tempo ele buzinava em frente ao nosso apartamento. Descemos. Entramos. Seguimos. Caminho longo. Ô caminha lonngo. Misericórdia.
"Chegamos" Ana falou já saindo do carro e me puxando com tudo. O homem arrancou com o carro levantando poeira. Só ai que me dei conta de que estávamos numa estrada de barro no meio do mato sem ter visão de uma casinha se quer.—Naclara, eu não creio que tu me tirou da cama às oito da manhã, pra me trazer pro meio do mato!
—Tu para de reclamar, que tu ainda nem sabe o que a gente veio fazer aqui!
—Mais três minutos paradas aqui, e eu juro que vou achar que isso é um sequestro!
—Bem que eu poderia te sequestrar, assim não tinha como tu fugir de mim!
—Já se passaram um minuto e meio! Vou ligar pra polícia!
**
Ana riu, e virou seguindo em direção ao mato rápido, fui atrás dela assustada, Ana entrou pelos matos, parecendo procurar algo, até que ela parou e abriu um sorriso, ouvi barulho de água, tentei ver alguma coisa mas os matos não deixavam que eu visse. Ana andou de novo fugindo de minha visão, corri pro mesmo lugar que ela tinha saido, e quando os matos deixaram de tapar minha visão. CARALHO.
—ANA CLARA, QUÉ QUE É ISSO?—Falei colocando a mão na boca.
—Ta vendo trouxa?
—tô!
Uma imensa cachoeira de águas claras se formava em nossa frente, o lugar era deserto, ninguém se via, nada se ouvia além do barulho da água caindo. Encantei. Ana encantou.
—Ninha, quando tu descobriu esse paraíso?
—Descobrir... descobrir, só hoje! Mas quem me disse foi lê!
—Caralho, Santa Letícia!
Falei e Ana jogou a bolsa no chão. "Vai ficar só olhando mesmo?" Falou tirando os chinelos.
—E por acaso, tu me disse pra trazer roupa de banho?
—Ai que ta a coisa louca, a roupa de banho é tua pele!
Vamo tomar banho pelada!—Oii?
—Se não quiser... Posso fazer nada!
Em alguns minutos, Ana terminou de tirar toda sua roupa, exibindo seu tom de noite totalmente despido.
O sol iluminava seu rosto e corpo, a mistura de noite e dia. Foi até a beira da cachoeira, e se jogou, ficando imersa e nadando, até o outro lado. Levantando embaixo da queda dágua.
"Tu nun vem não?" Gritou e eu sorri.
Tirei toda minha roupa, e senti frio, embora o sol batesse em meu corpo. me joguei na cachoeira logo em seguida.
As águas claras permitiam que todo interior fosse visto, a areia branquinha, os peixinhos miúdos, as pernas de Ana, ahh as pernas de Ana.
Levantei dando de cara com seu rosto, e suas mãos que já me esperavam, e me puxaram grudando nossos lábios.—Obrigada Ana!
—Obrigada Vi!
Nos abraçamos, e nos deixamos apreciar a beleza do lugar. A beleza da vida. A beleza do universo. A beleza da natureza.
Saímos da água, e sentamos numa toalha que Ana jogou encima das pedras.
Ana sentou abraçando os joelhos, e eu sentei na mesma posição, encostando nossas peles em busca de calor. Ficamos alí em silêncio, admirando a água em nossa frente.—Eu não vou fugir!—falei sem tirar os olhos da cachoeira.
—É o que?—Ana falou também sem tirar os olhos da cachoeira.
—Tu... Tu disse que seria boa ideia me sequestrar pra eu não fugir! Eu...Eu não vou fugir Ana!
Toquei sua pela, sentindo as gotas dágua caindo sobre meus dedos, olhei-a e seus olhos ja esperavam os meus. Tocou meu braço, e me puxou forte, encostando nossas bocas, enquanto me ganhava em seus braços.
—É linda né?—Ana falou encostando a cabeça em meu ombro.
—A cachoeira?
—A vida!
—A vida é linda mermo! Onde chegamo. Eu tu, tu eu, destino. Sorte. Sei lá. Alguma coisa muito boa.
—Amor Vi!
Amor, amar, ar, mar, céu, terra, pureza pecaminosa, confusão organizada, loucura inteligente, quentura gelada. Tudo e nada. Nada e tudo. Chuva e seca, dia e noite, lua e sol, silêncio e grito. Amor. Definitivamente indefinível, amor é bixo solto, não se pega, não se apega, não se prende, não se amarra. Se deixa ser, se deixa viver. se deixa sentir. Amor, Ana clara Costa Caetano chama o meu. Meu amor. Ontem eu descobri isso. Descobri hoje também. E vou descobrir amanhã de novo.