Já parou para admirar o enigma por trás das luzes nos banheiros dos bares? Um intrigante padrão se revela: luzes amarelas para os desafortunados das finanças, neon e cheiro de maconha para os recém-adultos vibrantes. Nesta cidade de repetições, minhas escolhas noturnas ecoam um padrão familiar.
Mulheres eternamente jovens, sempre aos 25, e homens que fingem ter mais dinheiro do que realmente possuem. Tudo tão previsível agora, ou talvez tenha percebido que a empolgação se perdeu, no fulgor dos meus vinte anos.
Ah, as mulheres de 30, solitárias, reunidas em bares, compartilhando a jornada da solteirice. Onde a solidão tece laços de irmandade, em um cenário de emoções intensas e verdades reveladoras. E desconfortavelmente previsível.
Elas frequentam bares com as outras amigas solteironas, aquelas que adoram falar sobre os seus encontros furtivos do trabalho e sobre outras mulheres. Todas l estão consolidando o que eu chamaria de carreira-conforto, aquele emprego que paga todas as suas dívidas, e, ainda te permite viajar. Um bom emprego, não tão bom a ponto de te fazer sentir que seguiu seu sonho de criança, mas mesmo assim é um bom emprego. Elas são interessantes e tão sarcásticas que você mal pode diferenciar o que elas realmente querem dizer com toda aquela superioridade de mulher madura e independente. Essas mulheres, costumam vir com dinheiro o suficiente para pagar um táxi de manhã porque sabem que algum cara como eu, chegará a qualquer momento pra ter a grande oportunidade de ser o homem que vai dizer;
-Posso te pagar um drink?- Ela virou para dar uma boa olhada e fez aquela jogada com a cabeça para avisar as amigas que podiam se afastar.
-Claro!- Se aproximou. Ela era alta, morena e parecia ter 35 anos, estava ainda de terno e de salto alto, com certeza o meu tipo de alvo. -Noite do happy hour?
Foi o suficiente para uma conversa descompromissada terminar dentro de um quarto de motel, normalmente eu não costumo me lembrar de todos os detalhes das minhas sextas-feiras, mas eu gostava de lembrar os nomes dos motéis que eu passava, era quase como se fosse uma coleção de nomes cafonas. Peguei minha agenda e anoitei o da bola da vez, "Fique à vontade", esse com certeza está entre os top 10.
Enfim, voltando ao raciocínio das mulheres de 30 anos, você sabe qual é a diferença entre elas e os homens de 30 anos? Se não sabe, eu explico o porquê, não existe diferença. Tanto os homens, quanto as mulheres que chegam a essa idade querem a mesma coisa, ter 20 novamente.
E se você é casado, nem fingindo ser uma pessoa mais nova e com uma vida mais liberal e alternativa vai te dar esse gostinho de 20 anos, mas se você for solteiro, você pode encarar a realidade de um casamento ter escorrido pelos seus planos e sorrir para o seu futuro que vai se parecer muito com o seu passado cada dia mais, até você chegar perto dos quarenta como eu, e perceber que já faz uns cinco anos que vive todos os dias, a m e r d a d o m e s m o d i a.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Se puder não se apaixone
Storie d'amoreBill Wesher é um homem chegando à meia-idade cuja vida é marcada pela monotonia e previsibilidade. Tudo muda quando conhece uma jovem brasileira de 22 anos, que entra em sua vida de forma avassaladora. Emotiva, escandalosa e intrometida, ela é o opo...