Espelho

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Confesso que achei que Chanyeol estava caçoando de mim para descontrair e para fugir do assunto "depressão". Eu o encarei, embasbacado. Como assim ele tinha um gêmeo com o mesmo nome?

– Um gêmeo?

Ele apertou os lábios e assentiu.

– Sim. Na verdade, não temos o mesmo nome.

– Então...?

– É complicado. Preciso explicar toda a história. Mas antes, eu preciso te mostrar uma coisa.

Eu comecei a tremer. Aquela história parecia tão absurda.

– Chanyeol, você está falando sério? – tive que perguntar.

Ele pôs a mão sobre a minha coxa, a alisando.

– Estou, amor. Quase ninguém sabe dessa história. É o meu maior segredo.

– E por quê? Como consegue esconder uma história dessas sendo tão famoso? E o seu irmão, onde ele está?

Ele forçou uma risadinha.

– Eu vou te explicar tudo, calma. É uma história confusa, talvez você não entenda... – Seu rosto tomou um ar sombrio, e sua voz vacilou. – Talvez você não me veja mais da mesma forma.

– Como assim?

– Verá... então entenderá.

O que mudaria minha concepção sobre o homem que amo? Um homem tão bom como ele? Nada. Nada mudaria. Seja lá qual seja o seu passado. Passado é passado.

Não é?

~~ * ~~

Chanyeol tinha alugado um carro diferente do seu, um modelo mais antigo que nos dava certa segurança de não sermos seguidos por suas fãs loucas, caso aparecessem. Estávamos a caminho de não sei onde. Quero dizer, eu conhecia as ruas, mas não sabia o destino. No meio do caminho, paramos em uma mercearia. Comprei biscoito de chocolate e refrigerante. E Chanyeol, bem... ele comprou um maço de cigarro Black Devil sabor menta.

Quando voltamos para o carro, eu perguntei:

– Você fuma? – Não consegui esconder a decepção em minha voz.

– Não, claro que não – respondeu, jogando a caixa lacrada no porta-copos. – É para ele.

Por mais que eu estivesse extremamente curioso, decidi não fazer muitas perguntas. Esperaria ele me explicar tudo de uma só vez.

Eu comecei a ficar com medo – sim, medo – quando tomamos um caminho que dava a somente um lugar: o cemitério. Havia apenas algumas casas pelas redondezas, mas no geral era bem deserto e, digamos, inabitável por ser distante de tudo. Era mato puro.

E quando Chanyeol estacionou em frente a entrada do cemitério... eu me apavorei.

– Ai, meu Deus... – murmurei, me segurando para não chorar.

Chanyeol pôs a mão na minha coxa, me deu um selinho, pôs a caixa de cigarro no bolso e saiu do carro, dando a volta no mesmo para abrir a minha porta. Ele segurou minha mão para me ajudar a sair.

– Amor, calma – ele disse, limpando a lágrima que deixei escapar. – Vem, me siga.

Ele passou o braço sobre meus ombros e caminhamos juntos pelo chão gramado do cemitério. Eu odiava cemitérios por conta de sua carga negativa, mas em contrapartida era o lugar mais tranquilo para se frequentar. Afinal, seus moradores não podem falar. O nosso caminho foi longo, porque o cemitério era muito grande. Aproveitei a deixa para conversar um pouco.

Directs para ChanyeolOnde histórias criam vida. Descubra agora