Capítulo 02

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Os raios de sol invadem o quarto, olho para o lado Douglas ainda está lá dormindo, olho a hora no visor do meu celular, são 8 horas da manhã, mas hoje não tenho pressa para levantar, hoje é sábado, não preciso correr para fazer as coisas, fico um pouco mais na cama, dou uma olhada nas redes sociais, e resolvo mandar uma mensagem para a minha amiga Fernanda, que foi quem me deu o Cinquenta Tons de Cinza, marco uma visita na casa dela hoje a tarde para a gente conversar e colocar os assuntos em dia, tem uns dois meses que a gente não se vê acho que vai ser bom ter um tempo com uma amiga. A Fernanda é minha amiga desde a minha adolescência, estudamos juntas e ela me deu muita força para prosseguir os estudos mesmo estando grávida, ela é uma das poucas pessoas com quem eu desabafo, é alguém em quem eu confio os meus maiores segredos, alguém que me dá apoio e não me julga o que me deixa muito à vontade para conversar e contar os assuntos mais íntimos, acho que depois desta noite será ótimo passar algumas horas com ela e já aproveito para ver se ela tem a continuação do livro. Depois de combinar tudo com a Fernanda pelo Whatsapp me levanto e vou tomar o meu café em paz, em silêncio, sozinha.

Assim que termino meu café o Douglas aparece na cozinha.

“Bom dia querida, dormiu bem?”

Aff, não acredito que ele está perguntando isso, é inacreditável que ele não perceba como o sexo se tornou uma obrigação para mim, mas não quero discutir a essa hora da manhã, então respondo o que ele quer ouvir.

“Dormi sim.”

“As crianças ainda estão dormindo? 

Desde jeito vão se tornar dois preguiçosos, faz bem acordar cedo sabia, se eles se acostumarem desde pequenos isso não será um sacrifício para eles quando forem adultos e tiverem que levantar cedo para ir trabalhar, talvez se sua mãe tivesse te educado assim você não fosse tão preguiçosa e acomodada.”

“Douglas eles acordam acordar cedo todos os dias, hoje é sábado até você dormiu até mais tarde. E é incrível como alguém tão preguiçosa e acomodada como eu consegue manter a casa sempre em ordem, suas roupas limpas e passadas, a comida sempre fresquinha e ainda cuidar das crianças. “

“Isso é o mínimo que você deveria fazer, já que eu trabalho duro todos os dias pra te dar do bom e do melhor.”

Pronto ele conseguiu estragar meu dia, mais uma vez jogando na minha cara seu árduo trabalho para sustentar a imprestável que ele tem em casa, eu queria entender o porquê a sociedade acha tão repulsiva a ideia de uma mulher optar em ser dona de casa. Se eu fosse empregada doméstica faria as mesmas tarefas que eu faço em casa e aí estaria tudo certo então? Só por que eu estou sendo paga por isso? Se eu trabalhasse fora teria que pagar alguém para cuidar dos meus filhos e fazer por eles uma mísera fração do que eu faço, e não estaria empregando ali o mesmo amor que eu, isso seria certo? Por que ter uma profissão é tão cobrado assim? Eu não consigo entender isso.

Bom depois do Douglas estragar meu dia eu vou acordar as crianças e dar café da manhã para eles.

Faço o almoço, resolvi fazer um Escondidinho de carne seca é uma salada de agrião.

Após o almoço eu limpo tudo, Douglas vai para a quadra perto de casa jogar futebol com o amigos, eu levo as crianças para a casa da minha mãe eles vão passar o fim de semana lá.

“Oi mãe.” Digo dando um beijo na bochecha dela e um abraço apertado.

“Oi filha. Está tudo bem?” ela me pergunta enquanto me olha tentando decifrar o que está por trás daquele abraço.

“Sim mãe está tudo bem, só estou com um pouco de pressa a Fernanda está me esperando, marquei de me encontrar com ela e já estou atrasada.”

Aprendendo a amarOnde histórias criam vida. Descubra agora