Música: Human-Cristina Perri.
Maria Júlia on
Entro em casa me deparando com cacos de vidros espalhados pelo chão. Deixo minha mochila no meu quarto e desço novamente, vejo minha mãe entrando pela porta da cozinha meio zonza, corro na sua direção para ajuda -lá, mas ela me empurra com força fazendo eu bater minhas costas na parede.
_Sai daqui sua vadia._ diz meio embolada devido ao álcool.
_Mãe, deixa eu te ajudar._ Me aproximo novamente, mas dessa vez com mais calma.
_EU NÃO QUERO SUA AJUDA. VOCÊ MATOU MEU ÚNICO FILHO! _ grita e eu perco o chão. Ela me joga no chão fazendo minha bochecha cortar por causa dos cacos de vidro.
_Para...por...favor._peço enquanto ela me bate com toda a sua força.
_SUBA JÁ PARA O SEU QUARTO!_ grita me assustando, me levanto com dificuldade e me pego minha mochila indo em direção ao meu quarto.
Entro no banheiro e tiro minha roupa, me olho no espelho e me pergunto por que a vida precisa ser tão cruel. Não podia ser igual aquelas histórias que a menina tem uma família feliz e acha o grande amor da sua vida?
Pois é. A vida não é um conto de fadas...
Abro a pequena caixinha preta de dentro do armário e passo pelos meus ombros, braços, pulsos, barriga, pernas...
Ligo o chuveiro na água fria e me arrepio quando a água gelada feito gelo entra em contato com minha pele. Olho para baixo vendo a água vermelha devido ao sangue.
Noah on
(Dia anterior)
_E aí, cara._ Pedro me cumprimenta e eu faço o mesmo._ Tenho um desafio pra ti._ fala e eu faço sinal para ele continuar_ levar a esquisita para a cama_ aponta para Maria Júlia que estava concentrada no seu livro.
_Facíl, fácil._ sorrio voltando a minha atenção para ele._ Quanto vou ganhar?
_500._ responde e meu sorriso aumenta._ Boa sorte._ bate no meu ombro de leve.
O sinal bate e fomos para a aula de matemática. Vejo Maria Júlia sentada no fundo da sala enquanto alguns alunos jogam bolinhas de papel nela, nessa hora me deu um pouquinho de dó, mas passa assim que me lembro da aposta. Me sento ao seu lado e converso um pouco com ela.
Quando o professor chega eu percebo como ela era linda.
Pera, o que eu tô falando?
O professor passa um trabalho em dupla na qual nós íamos fazer juntos. Deixo ela em casa e vou para a minha.
Entro no Facebook dela e mando uma mensagem.
Mensagem on
Noah Martins: Oie.
Maria Júlia Medeiros: Ooi
Noah Martins: Quando você vai poder vir aqui em casa?
Maria Júlia Medeiros: A gente pode ver isso amanhã na aula? Tô meio ocupada agora.
Noah Martins: Blz então, até amanhã. 😊
Maria Júlia Medeiros: Até 😊
Mensagem on
Bloqueio meu celular e pego uma cueca, uma bermuda e minha toalha. Tomo um banho e me deito. Fico mexendo mais um pouco no celular e depois desço para jantar.
_Oi mãe._ Beijo sua bochecha_ Oi pai_ faço o mesmo com meu pai.
_Oi filhão. Como foi a escola hoje?_ pergunta enquanto eu me sirvo.
_Legal._ respondo me sentando._ amanhã a Paula vai vir aqui._ falo e minha mãe resmunga alguma coisa que eu não entendo._O que foi mãe?
_Não gosto dessa garota._ fala e eu reviro os olhos.
_Eu também não._ meu pai diz levando seu prato vazio a pia.
_O que ela fez pra vocês?_ pergunto terminando de comer.
_Só olhar para a cara de piranha dela já basta._minha fala fazendo meu pai gargalhar e eu não me seguro e gargalho junto.
_Vou dormir, boa noite._ falo subindo as escadas, entro no meu quarto e me deito na cama, do nada me vem Maju na cabeça, por que diabos eu tô pensando nela?
Sinto um aperto no peito quando olho para a foto de perfil do Facebook dela, ela estava sorrindo, mas por que eu achava que aquele sorriso não era verdadeiro?
Largo meu celular no criado mudo e vou para o banheiro, escovo meus dentes e me deito novamente. Demoro um pouco mas durmo.
{...}
Maria Júlia on
Acordo com meu despertador tocando como sempre, me sento na cama com dificuldade por causa dos machucados. Coloco meus pés no chão frio fazendo meu corpo se arrepiar.
Fecho os olhos e respiro fundo sabendo que teria que sair por aí sorrindo falsamente para as pessoas e falando que está tudo bem mesmo estando tudo uma merda.
Vou para o banheiro e tiro a minha roupa, vejo o sangue seco em alguns cortes e outros já sem nada. Tomo um banho e me visto, coloco uma blusa larga dos Estados Unidos, uma calça preta e um tênis preto.
Desço para a cozinha e não vejo minha mãe, como uma maçã e vou para a escola.
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Capítulo maior que sei que vocês gostam ❤
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A Suícida e o Popular (Livro 1) [Concluída]
Teen FictionMaria Júlia, Maju para os mais íntimos, é uma menina de 16 anos que carrega com ela um passado tenebroso. Sofre de bulimia e auto _ mutilação. É uma menina tímida e odeia ser o centro das atenções, o que acontece com frequência. Já Noah é o mais pe...