Coalescence

Capítulo 17: Colegas Aberrações

As florestas ao redor da casa estavam cobertas com cheiro da família, e nós rapidamente achamos um bom caminho pelas árvores. Seguimos em direção ao vale por duas milhas até que chegamos no lugar onde o pequeno rio estava. Jasper encontrou uma árvore velha que tinha caído, e se jogou sobre o tronco coberto de musgo. Tentei ignorar a raiva e a dor que fluía dele e me aconcheguei em seu colo, pousando minha mão em seu peito para lhe mandar tanto amor quanto eu podia.

Ele respirou fundo. “Eu não quero ficar bravo, mas tudo isso é muito estranho. Nenhum deles se sentem como vampiros. Nem mesmo Rosalie, apesar de que seria um progresso se ela fosse. Como diabos esses vampiros podem possivelmente te protegerem de alguma coisa? Jardinagem e pesquisa médica dificilmente são úteis em uma batalha.

“Eu não consigo entender Carlisle – Não consigo me identificar em nada com ele. Ele não é nada parecido com os líderes de clãs que eu conheço. Ele não é parecido com nenhum vampiro que conheço, e ainda assim ele tem mais de três séculos de idade. Ele é altruísta, totalmente altruísta, mas ele tem uma ferocidade que faz com que ele pareça fundamentalmente perigoso para mim. Eu não entendo isso, e não confio nele.”

“E isso te deixa com raiva?” perguntei, mais do que confusa.

“Não. Ele está escondendo algo, todos eles estão. Isso me deixa com raiva. Mas o pior, o que me dói até os ossos, é que você está mentindo para mim. Isso me deixa furioso.” Sua voz e corpo estavam frios e rígidos como gelo.

Minha culpa aumentou em resposta da sua fúria. Eu não tinha mentido para ele, mas não também não tinha lhe contado toda a verdade. Eu precisava desse futuro para nós, nós dois precisávamos, mas eu tinha tentado forçar Jasper nele.

Minha mente estava cheia de visões incertas, cada uma mostrando resultados vastamente diferentes. Tentei me focar, tentei achar o melhor jeito de lidar com essa encruzilhada, mas não havia pistas no que eu vi. Todos os futuros se misturavam em uma coloridas formas de borrões sem sentido.

E então, duas visões distintas surgiram, e cada uma perfurou meu coração como uma faca. A primeira era uma chama, distante, porém definida. A segunda era muito mais dolorosa, e mostrava eu com a família – sozinha. Eu não podia deixar nenhuma se tornar verdade, mas eu não fazia idéia de como evitá-las.

“Alice,” ele disse, ainda bravo, enquanto ele me tirava de minha visão. “Alice, não preciso que você veja o futuro. Eu preciso que você me conte a verdade do presente.”

“Mas você não vê? Nossos futuros dependem deste presente,” eu disse numa voz cheia de um medo desesperado. Eu o tinha machucado. Eu não podia salvá-lo se ele não ficasse, mas eu o tinha machucado tanto que talvez o tenha afastado.

Tentei novamente ver o futuro, mas a única coisa que apareceu foi uma lembrança do meu passado. A memória do restaurante do Marty voltou para mim, e por um momento eu estava revivendo um pequeno milagre. Me lembrei de Joe e seu rosto assustadoramente desfigurado. Me lembrei de Lizzy que o amava apesar disso. Então vi claramente o jeito que o rosto de Lizzy se contorceu numa horrível careta para que ela pudesse beijar a boca destruída de Joe. Eu tinha visto o milagre do verdadeiro amor aquele dia. Eu ainda não tinha dado à Jasper aquele amor, e já era hora.

Meu companheiro merecia um amor como aquele.

Eu não podia mudar o mundo, e o futuro não era meu para controlar, e eu precisava parar de tentar fazer exatamente isso. Desta vez, minhas visões não iriam me ajudar. Então eu fui com o que meu coração me disse, e decidi confiar em meu companheiro.

“Eu não menti, Jasper, apenas não te contei tudo. Você merece mais do que isso, e eu devia ter confiado em você. Estou muito arrependida.” Ouvir a raiva e a frieza em sua voz era muito doloroso. Ele tem estado em agonia por causa da minha dúvida, e eu não tinha direito de lhe causar essa dor.