Capítulo 10: Antigos Aliados & Cachorros Molhados

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[Jasper]

Eu nunca havia sido tocado como Alice me tocou. Permiti Maria me tocar por um total de 70 anos, e ainda assim seu corpo nunca incendiou minha pele como as pontas dos dedos de Alice faziam. Já no final, o toque de Maria me fazia sentir violado, como se ela estivesse me infectando com seu veneno cada vez que ela tentava. Reconheço que ela estava. Mas isso era totalmente diferente com Alice. Alice me trouxe de volta à vida, e minha pele formigava com energia sob seu toque suave. Minha pele ainda queimava por causa dele enquanto fazíamos nosso caminho pelos telhados da cidade de New York rumo à casa de Chi-Yang.

Minha mente e emoções eram uma bagunça sem sentido. Eu estava temendo esse encontro. Não importa o que eu fizesse agora, Alice estaria em perigo. Carlos e seu exército tinham o cheiro de Alice, e ele sabia que nós estávamos juntos. Isso agora teria que terminar em batalha, e eu precisava que os clãs de New York participassem. Mas as ultimas pessoas com as quais eu queria ficar em débito eram os vampiros de New York. Aliar-me com eles era colocar ambos em batalha constante, e eu odiava a idéia disso. Mas essa era a única maneira de protegê-la.

Eu tinha pavor de dever minha aliança à outro clã. Eu tinha finalmente fugido de Maria e encontrado uma certa paz interrompida apenas pela necessidade de alimentação e ocasionais brigas. Tinha encontrando minha liberdade, mas eu não poderia proteger Alice sozinho. De tudo que tinha acontecido, esse fato me fazia rosnar em fúria. A única coisa que eu queria fazer, eu não podia. Senti-me totalmente emasculado enquanto corríamos para ver Chi-Yang e Ivan, e eu não precisava me sentir menos homem enquanto os encontrava.

No meio das emoções e pensamentos rodopiantes, minha mente estava tentando formular um plano de defesa. Eu conhecia Carlos melhor do que qualquer outro oponente, e ele nunca viria à nós diretamente. Ele já conhecia os clãs, e provavelmente ele sabia onde todos eles viviam. E ele viria com um exército. As palavras de Alice correram por minha cabeça como um alerta. Ele nunca iria parar.

Nunca em minha vida eu tinha me sentido mais preso.

Alice podia sentir meus humores vascilando, e ela permitiu o espaço que eu precisava, mas seus olhares preocupados me diziam o quanto a distância lhe estava custando.

Pulamos para a casa de Chi-Yang e corremos para o seu portão. Alice tocou enquanto eu vigiava por qualquer movimento. Carlos teria espiões na cidade até mesmo agora, e mesmo que eu não conseguisse rastrear algum cheiro, eu não abaixaria minha guarda no momento.

Quase no mesmo instante que Alice tocou, nos deixaram entrar.

“Vasily e Lena estão à caminho. Você tem certeza sobre essa ameaça?” Perguntou Chi-Yang em meio às boas-vindas. Alice já tinha ligado para avisá-los.

“Absolutamente.” Eu disse secamente. “Os espiões que você matou antes que chegássemos vieram de Carlos. Ele tem vigiado vocês por meses, possivelmente por um ano. Ele não manda um exército a menos que esteja seguro de si mesmo. Eu já lutei contra ele várias vezes, e ele é um oponente de muito valor,” tentei transmitir nosso perigo tanto em palavras quanto emoções, mas Chi-Yang meramente sorriu em antecipação e nos guiou para o segundo andar. Eu segui, mas cada passo que tomei me arrastava mais perto de uma vida que eu não queria viver.

Mai-Li estava em pé parada próxima à um muito indiferente Ivan. Ondas de fúrias rolavam dele. Perfeito. Um líder de um clã está quase saltitando de alegria, e o outro está selvagemente furioso – que noite essa será, eu pensei amargamente. Escondi minha expressão, mas Alice, tão em sintonia comigo agora, notou a mudança em meu humor. Parecia que eu já não podia esconder minhas próprias emoções dela, o que era bem irritante. Seus dedos roçaram contra os meus, e ela me enviou uma poderosa mistura de confiança e amor.

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