VII

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No meio da noite tive um pesadelo. Sehun estava sentado no canto de duas paredes, sem expressão e olhando pra cima. Eu era algo como um fantasma, não podia interagir mas conseguia vê-lo. Então percebi que ele estava segurando o celular e a tela estava ligada mostrando uma frase:

Caixa de mensagens vazia.

Depois disso acordei com o coração acelerado. Me sentei olhando pro colchão, ele precisava voltar o mais rápido possível.

Com tudo o que aconteceu nem reparei que ainda era de madrugada, e nem que eu estava sozinha no quarto. Suho não estava dormindo.

Me levantei e andei até a cozinha, precisava beber um copo d'água pra me acalmar.

Quando cheguei lá a luz estava acesa, parece que não era só eu que precisava...

- Oi...

Ele me olhou surpreso e respondeu.

- Ah, oi... Quer um pouco? - disse me oferecendo água.

Eu aceitei e peguei um copo.

- Não conseguiu dormir? - disse.

- Não... É que... Pensar que ele está lá, sozinho, com medo, ou passando por qualquer outra coisa não me deixa dormir.

Me senti com tanta raiva por não poder simplesmente dizer : vai ficar tudo bem! , por que até eu não sabia se ficaria.

- Você é forte. Mesmo com tudo isso ainda parecia... Um pouco melhor do que os outros, digamos, mas deve estar se corroendo por dentro...

- Pensa no seguinte, é muito fácil perder a cabeça numa hora dessas. E se eu fizer isso, aos poucos os outros também vão. Por isso tento parecer "bem" na frente deles, é o mínimo que posso fazer.

Olhei pra ele me perguntando como alguém podia criticar aquela pessoa.

- Tenho certeza que os outros têm muita sorte por ter você por perto.

Suho sorriu e disse pra irmos dormir, até por que já estava ficando bem tarde.

Apesar de ser difícil, foi isso que fiz.

♧ ¤¤¤¤¤¤ ♧

Eu acordei com a luz do Sol entrando pela janela. Pelo que parecia não tinha sido a primeira, e nem a última. Peguei minhas coisas e fui no banheiro escovar os dentes e trocar de roupa.

Quando apareci pra sala, todos estavam sentados, inclusive um homem que eu não conhecia com meu celular na mão.

Eles me olharam e eu retribui.

- É... Aconteceu alguma coisa?

O homem que eu não conhecia suspirou e disse.

- Sim... Nós achamos a localização do celular do Sehun.

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