| Bárbara Swang
Uma semana depois eu e o Noah tínhamos conseguido encontrar-nos para tomar o pequeno almoço. Eu queria perceber se ele estaria bem e depois de o ver acreditei que sim. Os seus olhos já não estavam inchados ou vermelhos e ele deixava alguns sorrisos caírem aqui e ali. Mais tarde, mas nesse mesmo dia, eu dei por mim a vaguear pelo atelier com as palavras de Dylan a pairarem sobre a minha cabeça. Era um peso desagradável e para o retirar de uma vez por todas eu avancei até ao meu telemóvel para o agarrar vigorosamente entre os dedos e o pisar com os mesmos ao escrever uma mensagem para Harry. Pedi-lhe desculpa por ter julgado mal os seus atos caridosos e fiquei imediatamente feliz por ter superado mais um obstáculo. O rancor que sentia por ele derretia em direção ao chão e a sensação de paz era soberba agora.
Eu podia sentir os meus pés doerem enquanto desenhava círculos no chão com os meus passos. Os meus olhos não conseguiam deixar de olhar para o relógio de segundo a segunda. Faltava pouco menos de quarenta e cinco minutos para o fecho mas já tinha deixado tudo onde devia.
Por trás do pequeno e elegante balcão eu estava sentada, esperando pacientemente pelas sete. A minha única companhia era o som da chuva que acompanhava as batidas da música clássica que ressoava no atelier. Eu tinha passado o dia praticamente todo entre quadros e livros e agora estava pronta para ir embora. Então o telefone tocou.
"Atelier Pietra Galli"
"Boa tarde, a D.Galli encontra-se no estabelecimento de momento?" Ouve-se uma voz monocórdica e bastante séria do outro lado da linha.
"Não está de momento, mas posso dar recado se for muito importante. Diga-me só de que parte vem"
"É um assunto com alguma urgência que só pode ser tratado pessoalmente. Vem da parte de um amigo de longa data de Galli, diga-lhe que vem da parte de Zayn Malik e para o contactar assim que possível."
Era um nome que me trazia tanto boas recordações como estranheza. A noticia do seu noivado era incrivelmente recente e então eu percebi, quase de imediato, o porque da chamada não ser feita em primeira pessoa.
"Se-será que é possível falar com ele? Diga-lhe que fala a Bárbara, Bárbara Swang" Eu falo a medo, com receio que este não se lembrasse de mim.
Durante alguns segundos não é possível escutar som algum do outro lado da linha. Eu não sei o que esperar, até que uma voz familiar soa do outro lado.
"Bárbara?"
"Demorou mas conseguiste-me encontrar. Isso eram tudo saudades?" Ele soou bem-disposto antes de continuar
"Eu estou num carro cá fora, tu estás aí dentro?" Ele questiona e eu afirmo que ele pode entrar.
Não tive que esperar muito tempo até que a porta fosse puxada. A sua figura elegante aparece e o seu cabelo molhado e escuro é o primeiro detalhe que me chama à atenção, em conjunto com a sua barba que não estava feita.
Houve um momento de reflexão e contemplação da vida que outrora vivi, com eles. Wow, era tudo diferente agora.Eu rapidamente limpei a cabeça avançando na sua direção. "Zayn!" Celebrei, mas num tom baixo.
A sua voz suave cumprimentou-me de volta. Eu sabia que ele não era uma pessoa que demonstrasse o que sentia e o nosso abraço foi curto mas bom. Eu sorri-lhe enquanto nos afastávamos.
Então o choque alcançou-me. "Wow" Gracejei antes de o questionar sobre a sua vinda.
Zayn articulou o braço até que a sua mão alcançasse o pescoço, raspando-o com algum embaraço. Cruzei os braços e com a anca encostada ao balcão, ouvi-o.
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Unreachable ✈
FanfictionPorque talvez se conseguisse perdoar, sabendo que o passado é inalterável e o amor, aparentemente, o ideal inalcançável.