10. Burning Ice

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— Chega! — consegui suspirar, mal tendo fôlego suficiente para aquela única palavra. — Chega. — repeti só para ter certeza de que era entendida, levantando a mão espalmada enquanto usava parte da energia que ainda me restava para cambalear alguns passos para trás.

Meu inimigo abriu um sorriso de lado e pude ver como seus olhos azuis faíscavam, divertidos com meu sofrimento.

— Vamos lá, Doll. Não foi tão ruim assim.

— Não foi tão ruim? — repeti, incrédula. — Essa é a primeira vez em três horas que consigo ficar em pé.

— Babe, estamos aqui não faz nem trinta e cinco minutos — cruzou os braços e indicou o grande relógio na parede com a cabeça.

Estreitando os olhos, também cruzei os braços. Foi minha teimosia que me fez tirar a atenção dele por um único segundo para olhar de relance para as horas. Grande erro. Em um segundo estava de novo com as costas contra um dos colchonetes da academia e meu namorado em cima de mim de novo.

— Arghhh! — grunhi, revirando o olhos.

— Tsc, tsc, tsc — estalou a língua em fingida desaprovação. — Qual é a primeira regra que te ensinei, Dahra?

— Que ódio! — resmunguei.

Levantei as mãos e as pressionei contra seus ombros, inutilmente tentando fazer com que ele se movesse.

— Vamos, Doll. Você tem que ter aprendido ao menos alguma coisa nesses vinte minutos. Além disso, Steve me disse que você fez diversas aulas de autodefesa com ele.

Isso era verdade, mas era muito mais fácil intimidar Rogers. Afinal, depois que você conhecia o Capitão, ele era tão afável e doce quanto o Golden de Bucky que carrega seu nome. Com um olhar mais duro, então, podia convencê-lo a parar de me latir ordens. Caminhávamos no meu ritmo, que, vale ressaltar, era bem mais suave do que essa tortura a que Barnes estava me submetendo. Infelizmente podia ver que meu namorado não estava nem um pouco impressionado com meus olhares malvados, o que não me impediu de tentar outra vez.

— Você parece uma gatinha brava quando me olha assim. Adorável.

E então ele teve o desplante de rir. A raiva me deu forças para levantar o joelho e tentar acertar suas costelas. Com um movimento rápido e não parecendo se esforçar nem um pouco, colocou minha perna entre as suas, efetivamente me imobilizando.

— Alguém já te disse que você é terrivelmente insuportável? — resmunguei, aceitando a derrota e soprando uma mecha de cabelo para longe dos olhos.

— E alguém já te disse que você é terrivelmente competitiva?

— Competitiva?

Esperava qualquer outro adjetivo no momento.

— Competitiva, sim. Está vendo a nova agente ali? — com um gesto mínimo de cabeça indicou a mulher a alguns metros de nós que treinava com seu parceiro.

— Sim. O que tem?

— Você viu Szar executar uma chave de pescoço, e sua competitividade lhe disse que é inaceitável que alguém que considera tão inexperiente quanto você consiga executar um golpe que você desconhece. Então abandonou sua técnica e tentou manobras que obviamente ainda não domina — apesar das palavras, seu tom não foi condescendente.

Bucky estava apenas declarando um fato. Essa constatação, entretanto, não suavizou em nada a minha indignação.

— Tanto faz, Barnes.

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