III

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  - Oi papai. - Laura disse indo pro colo dele e eu engoli seco.

  - Oi princesa, onde você e a mamãe estavam? - ele perguntou e ela me olhou, como é esperta. 

  - Aqui pelo bairro, passeando. Vem, vamos subir. - chamei ela e a mesma veio correndo.

Fomos até o banheiro e tomamos banho juntas como sempre fazemos. As perguntas pelo meu tal ''amigo'' Lucas não parava. Que baixinha curiosa.

Depois do banho, fomos pro quarto enroladas na toalha e eu vesti uma roupinha de ficar em casa nela. Depois fui até o meu quarto e vesti um short de moletom e uma blusa. Fui botar Laura pra dormir, ela sempre gostou muito de fazer isso. 

  - Mamãe a senhola vai me levar pra escola ontem?

  - Você quis dizer amanhã né.

  - É mamãe. - ela respondeu irritada.

  - Sim eu vou. - sorri - agora dorme meu bem. 

Dei um beijo nela, apaguei a luz e sai.

  - A gente bem podia brincar um pouco hoje né, amor. - Caleb falou me abraçando por trás.

  - É? - perguntei.

  - Uhum, vamos amor. 

  - Não, obrigada. Estou cansada. - falei e fui pro quarto me deitar. 

Ouvi ele bufar e sorri, euem, é a hora que eu quiser. Ta achando o que? Isso não acontece de costume entre a gente, mas eu não iria fazer algo que não queria.

[...]

Deixei Laura na escola e estou indo no Morro conversar com o Lucas. Caleb sempre quis pagar condução pra ela, mas eu não acho necessário, minha filha, eu levo.

Estava subindo, os vapores já me conheciam então deixaram eu passar de boas. As piranhas mirins me olhavam com raiva e eu nunca soube o motivo. Bati na porta e Vitor me atendeu. 

  - Oi bixa! - ele me empurrou pra dentro. 

  - Eai monáa!

  - Lucas está lá em cima. - ele falou com cara de safado.

  - Ah, chama ele pra mim. - falei tímida. 

  - Vai lá garota. - ele puxou minha mão e me levou até o quarto.

A porta estava encostada. Vitor olhou pra mim com um olhar matador e me empurrou. 

  - Ah oi, é, desculpa. - falei e tossi a garganta tentando disfarçar. 

Lucas só estava de short e com o cabelo molhado. Tinha um nome no seu peito, tatuado.

  - O que é isso no seu peito? - perguntei.

  - Fiz um dia antes da Laura nascer, não deu tempo pra te mostrar. - ele chegou mais perto e eu vi.

Estava escrito Katherine e um coração do lado, sorri e quase chorei. 

  - Bom, o Caleb sabe que você é pai dela e eu vou contar pra Laura, pode ficar despreocupado. 

  - Eu quero nossa família de volta. - ele falou chegando perto de mim. 

  - Deixamos de ser uma a muito tempo, eu trago ela pra cá pra te ver e não precisa de pensão. - falei e ia sair, mas ele me puxou pelo braço fazendo nosso corpo se debater. 

  - Não! Acabou Lucas, chega. 

Me soltei dele e sai correndo daquele lugar. Eu nunca achei que falaria isso, mas eu faria de tudo pra voltar pra Califórnia. 

Caleb 🎭

Esse Lucas e a Kat se combinam mesmo, dois otários. Depois que ele e o JN foram presos a Rocinha ficou sem comando. Claro que eu aproveitei, foi difícil, mas eu sou foda. Estou desde os meus 16 anos e a Kat nunca descobriu, e por mim, nem vai. No começo eu até gostava dela, mas comecei a enjoar. Claro que eu procurei outra.

Depois que eu vim pra Rocinha conheci uma mina chamada Steffani e ela é boa o que eu não sabia é que ela já conhecia a Kat. Fui até a casa da mina e ela estava nua só de camisola de seda. 

  - Oi - falei seco.

  - Eita. Parece que a nojenta te irritou. 

  - Ela estava estranha ontem. - falei e me joguei na cama. 

  - Quer que eu resolva isso?

  - Vem cá me satisfazer. - mordi os lábios e Steffani sentou em cima de mim começando a tirar minha roupa. 

Ouvi a porta ser empurrada um pouco, olhei, mas só vi um vulto. Estranho. A Steffani mora sozinha então depois que Lucas foi preso pedi para uma mulher ajudar ela aqui em alguns dias, mas hoje era folga dela.

Katherine 💕

Assim que sai da casa do Lucas eu liguei para minha chefe e ela disse que a loja não iria abrir hoje, então fui a caminho de casa, vi Marta correndo para pegar o ônibus e a chamei, mas ela pareceu não ouvir, eu não queria falar comigo. 

  - Hey Marta. - toquei no braço dela. 

  - Ah, oi dona Kat. 

  - Está tudo bem? - perguntei preocupada. 

  - Minha pressão está um pouco baixa, só isso. - ela falou se tremendo. 

  - Vou te ajudar, se acalme. 

Acenei para o táxi que costuma ter bastante e fomos pra casa. Assim que chegamos coloquei Marta sentada no sofá e ofereci a ela um copo de água fresca. 

  - Eu preciso te dizer uma coisa. 

  - Pode dizer Marta. - falei. 

  - Eu juro que não foi culpa minha dona Kat, juro mesmo. 

  - Fale Marta, não me deixe nervosa. 

Katherine - bônusOnde histórias criam vida. Descubra agora