O fim-de-semana passou depressa, já era segunda-feira e eu estava a caminho da escola, já tinha parado para desenhar, sentei-me nas escadas, como faço sempre, mas dessa vez só me pus a ouvir música, estava demasiado triste e com muito medo de como iria ser o dia. Não conseguia distrair-me, só pensava no momento em que ia ver aquelas quatro raparigas a entra pela porta da escola armadas em boas e superiores, no preciso momento em que pensei nisso elas entraram, eu encolhi-me tentando passar despercebida mas era impossível, parecia que elas iam à escola só mesmo para me mandarem a baixo.
- Bom dia...gótica, hahahahah!
- O teu caderninho de desenhos? Ficou em casa, foi?
- Deve estar dentro da malinha horrorosa dela.
- Não dizes nada?
- O passarinho preto perdeu o pio meninas!
- Hahahahah!
- Deixem-me em paz...
- Oh querida sabes que isso não vai ser possível, não sabes?
- Porquê?
- Porque tu foste por um mau caminho e tornaste-te nossa inimiga.
- Mas eu não vos fiz nada de mal!
- Basta falares mal com uma de nós ou dizeres alguma coisa contra nós.
- Vocês são bruxas!
- Levem-na lá para fora, agora!
- Para a parte detrás da escola?
- Sim, parece que vamos ter uma conversinha antes da aula.
- Não, por favor, deixem-me em paz, por favor!
Pegaram-me nos braços e arrastaram-me até à parte detrás da escola, não havia ninguém ali, estava completamente sozinha, era eu contra elas.
- Olha lá, não achas que já estás a abusar?
- Mas o que é que eu vos fiz?!
- Começa a ter cuidado com o que dizes, nós somos superiores a ti, por acaso já te olhaste ao espelho? És horrível, esse cabelo nojento, essa cara pálida, parece que estás morta, zombie, gótica, falsa, estúpida, gorda, demónio.
- Pára!!Pára!!! Por favor pára!!!!!!!
- Estás irritada Taylor? Que menina feia!
- Deixem-me em paz de uma vez por todas, deixem-me em paz!!
- Só sais daqui com marcas nossas, se é que me entendes...
- Não, por favor não me façam mal...
Já era tarde demais, a Lucy pegou num pau e começou a bater-me nos braços e nas pernas, deu-me imensas chapadas, murros e pontapés na barriga e ainda me fez algumas queimaduras com um cigarro, quando tocou elas deixaram-me deitada no chão e foram para a aula. Eu mal me conseguia mexer, só conseguia chorar e mesmo assim doía-me o corpo todo, estava a sangrar do lábio e do nariz de tanta pancada, lá consegui levantar-me e apanhar um autocarro para casa da minha tia.
- Bom dia, a menina está bem, precisa de alguma coisa?
- Não obrigada.
Disse ao motorista para onde ia, paguei e fui-me sentar nos últimos lugares quando alguém me agarra o braço, olho para a pessoa e vejo que é o Jeremy, excelente, a pessoa a quem eu ando a esconder estas coisas é a que me vê no pior estado.
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Don't Trust The People
Teen FictionApenas uma história de dois adolescentes que se apaixonam e fazem de tudo para estar juntos.