Capítulo 7

54 10 3
                                    

NOTAS DA AUTORA

Hey, mais um capítulo fresquinho para vocês

Se estão gostando, deixem seu voto e adicionem a biblioteca :)

Bejokas <3

________________________________________________________

"Pare, pense e reflita... Tudo que você precisa está aí."

O ser é mais difícil, mais complexo e precisa de mais determinação. O estar é simples, você sequer precisa gostar do que faz, apenas ficar ali parado, sem pensar ou raciocinar. O problema estar em equilibrá-los.

Olivia estava sentada naquela cadeira há exatamente meia hora, o que fazia seu corpo ansiar por uma caminhada. Precisava terminar aqueles laudos o mais rápido possível, para depois levá-los a Mikes e ir, em fim, para casa. Simples.

Mas sua cabeça não estava ajudando em nada. A dor era absurda e constante. Sua mão apertava as têmporas com força, deixando os nós de seus dedos esbranquiçados.

- Tudo bem com você? - Shelie perguntou preocupada.

- Minha cabeça está doendo. - Respondeu fazendo careta por mais uma pontada.

- Acho que tenho remédio na bolsa. - Ela levantou e foi em busca da bolsa preta, pendurada no gancho da porta.

- Não quero, obrigada. - Olhou para a amiga e sorriu. - Deve ser sono, quando eu chegar em casa e dormir, passa.

- Você e essa mania de tentar fazer todo mundo achar que está bem. - Reclamou pondo as mãos na cintura. - Mas, querida, eu sou sua amiga e querendo ou não vai ao hospital comigo. Entendeu?

- Não acho que seja neces... Ai! - Se encolheu de dor.

- Nada de desculpas, vou chamar o Still para fazer esses laudos. - E saiu da sala às pressas.

Olivia não pôde dizer nada, na verdade, nem queria. Estava grata por ter uma amiga tão dedicada.

***

- Eu já disse que detesto hospital? - Shelie murmurou, engolindo em seco, enquanto esperavam na recepção.

- Já. - Olivia sorriu, logo fazendo outra careta de dor.

Elas estavam acomodadas em cadeiras de ferro, dispostas em filas, de frente a um balcão cor de pêssego. A recepcionista era uma senhora de aparência pouco admirável, mas esta sorria, apesar do cansaço aparente.

- Olivia Campbell? - As duas se levantaram e seguiram por um corredor, até uma porta amadeirada que constava "Dr. Phillip Brown (Neurologista)".

- Entre. - Ouviram depois de bater.

- Com licença. - Disse Olivia, timidamente.

Parou por alguns instantes, admirou o ambiente sofisticado e confortável. Era tudo perfeitamente encaixado em seu devido lugar, até mesmo o médico. Este era loiro de olhos verdes, parecia colossal mesmo sentado.

- Gosta do que ver? - Perguntou com um sorriso de canto, pegando a jovem no flagra.

- Hãn, bem, a sala é muito bonita. - O sorriso do médico alargou com tal comentário, deixando Olivia completamente sem jeito.

- Claro, sentem-se. - Indicou as duas cadeiras à frente. - Quem é a paciente?

- Ela. - Shelie apontou para a outra com um sorriso estampado no rosto.

Olivia a encarou por um tempo, claramente zangada. Ela conseguia ler as intenções da amiga, ou melhor, qualquer um poderia fazer isso.

- O que sente, querida? - Perguntou Phillip de maneira delicada.

- Dor de cabeça. - Disse simplesmente.

- Forte? - Ele a encarava profundamente a cada pergunta.

- Muito. - Olivia, por outro lado, sempre desviava o olhar.

- Certo, vou lhe receitar um medicamento. - Comentou enquanto escrevia. - Mas se não passar, volte, tudo bem?

- Okay. - Respondeu, encarando a caneta que mexia de um lado a outro, de forma sincronizada.

- Muito bem, tenha um bom dia. - Levantou-se e estendeu a mão para a jovem.

- Obrigada. - Olivia retribuiu o gesto, mas pensando "Quantos médicos cumprimentam seus pacientes assim? Ainda mais de graça?".

Ao saírem da sala, Shelie a encarava sem parar de andar, com um sorriso de orelha a orelha.

- Você viu isso? - Ela gargalhou. - Meu Deus, ele estava te paquerando.

- Você está imaginando coisas. - Resmungou.

- Pára, você também notou. - Disse sem tirar o sorriso do rosto.

- Vamos embora, estou com dor de cabeça.

***

- Quem fez esses laudos? - Ethan vociferou em alto e bom tom. - Não servem nem como papel higiênico.

- Calma, cara. - Charlie ria do amigo. - Você está nervoso.

- Serio? - Um sorriso irônico surgiu na boca do delegado. - Como você é perspicaz, amigo. - De repente seu semblante ficou sério de novo. - CABO WILL!

Entrou na sala um homem magricela, totalmente desengonçado, tropeçando nos próprios pés.

- Senhor?!

- Chame Mikes e o responsável por esses laudos. - O homem ainda permaneceu parado o olhando. - AGORA!

Ethan se jogou na cadeira e apertou as têmporas. O estresse do turno o havia consumido totalmente. Ele só queria descarregar tudo isso.

- Você precisa de férias. - Comentou o escrivão, incrivelmente relaxado.

- Impossivel. - Suspirou pesadamente. - O caso do assassino em série só está no inicio.

- Conseguiram mais alguma coisa? - Indagou Charlie, se virando e encarando o amigo.

- Nada.

Ele virou a cadeira e encarou a janela. Sua vida estava mais complicada do que há anos atrás. Não tinha feito nenhum progresso significativo, apenas era reconhecido como o bom profissional. Mas nada que o fizesse se orgulhar de quem era, faltava algo, mas o quê?

- Ethan?! - Mikes adentrou a sala. - Mandou chamar?

- Mandei. - Segurou os papeis nas mãos. - Quem estava responsável por esses laudos?

- Olivia. - Respondeu receoso.

- Onde ela está? - Perguntou baixo, porém duro.

- A caminho.

Destinos TraçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora