Destinos Traçados

Capítulo 9

NOTAS DA AUTORA

Um especial de feriado para vocês

Bjokas!!!!

Bora ler pra se animar haha

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"Os bons amigos estão contigo nos piores momentos."

QUARTO RELATO

25 de Junho de 2015, Quinta-feira, 01:14 AM

"Ouvi de um sábio, o ensinamento que trago sempre comigo. Pode parecer cômico, mas é a respeito da vida e do quanto ela é preciosa. Eu medito todas às noites em cada palavra, em cada gesto com que aquele velho homem me tratava. Eu me sentia especial.

Caminhei por anos sem saber ao certo quem eu era, no que acreditava e se podia ser forte. Hoje, eu sou o mais forte de todos, sei bem quem sou e para onde vou. É simples, não há problemas em entender. Pena que nenhum deles enxergue isso. Eles acham que sou ruim, sem coração, cruel, entre tantos outros adjetivos.

Procurei a melhor forma de mostrar ao mundo o quanto mudei e evoluir, mas isto nunca será aceito. É novo, genuíno e único. É perfeito. A humanidade não entende o novo, sempre o ver como uma ameaça.

Fiz pesquisas relacionadas à busca incansável pela felicidade e concluí que tudo está ligado à morte. Então, como seria possível trazer a felicidade, se sempre resultará na morte?

Não foi fácil chegar à resposta. Eu tentei ignorar a solução, mas não pude. Foi mais forte que eu, foi mais forte que tudo que já vi. E, sabe, há uma satisfação em ver alguém morrendo com um sorriso no rosto.

Não é qualquer "alguém", qualquer ser, porém aqueles o qual a vida não faz mais sentido. Alcoólatras, viciados em droga, àqueles que não amam mais. Eles tentam encontrar em um vício o que perderam na vida. É lamentável. Eu os dou a chance da cura e eles recebem de braços abertos."

***

Não costumava ser difícil dias como este, calmo. O vai e vem dos agentes, igualmente entediados, só mostrava como estava complicado naquela fatídica manhã de sexta-feira. Ethan olhava pela janela, um gesto que se mostrava rotineiro, pensando em como tudo poderia ser diferente. Ele sentia que algo estava fora do lugar, tentava descobrir o motivo, mas era em vão.

Lembrava-se da vida até o dia que recebera a notícia da morte do seu pai, foi ali que tudo desabou. O pai lhe ensinava muito, mostrava tudo que devia ser levado realmente a sério. Tornou-se triste lembrar de um momento feliz, que nunca mais voltará.

- Ethan. – Charlie o chamou. – Você anda muito pensativo ultimamente. Não quer compartilhar com seu amigo?

- Nem eu sei dizer, meu amigo. – Deu uma gargalhada seca. – Quando descobrir, te conto.

Neste meio segundo o telefone tocou, fazendo ambos voltarem a uma posição em alerta.

- Departamento de polícia de Phoenix. – Charlie atendeu. – Aonde? – Procurou um papel e caneta. – Certo, chegaremos o mais rápido possível.

- O que houve? – Indagou Ethan, já sabendo a resposta.

- Adivinha?

- Chame os peritos, urgente. – Mandou Ethan.

***

Repetia-se diante dos olhos de Mikes a mesma cena, os mesmos jeitos e mesmas posições. Um cadáver homem e idoso deitado de bruços. O sangue escorrendo pela cabeça. Nenhum vestígio no local. O pequeno furo no pescoço. Tudo ali. Aquilo estressava o perito, o fazia querer chutar tudo o que via pela frente.

Era desgastante trabalhar sem enxergar a um fim. Quem fazia aquilo era bom, era esperto e não deixava rastros. Tornou-se fascinante descobrir cada façanha deste crime "quase" perfeito.

- Estou tão curiosa para descobrir. – Olivia suspirou perto do perito. – O que você acha, Mikes?

- Eu não acho, tenho certeza... – Ele encarou a garota. – quando eu encontrá-lo vou fazer exatamente o que ele faz com essas pessoas.

- Você sabe que isso é precipitado de falar. – Ela refletia. – Se for alguém que você gosta, eu duvido ter essa coragem.

Mikes a encarou por um instante.

- Não é alguém que gosto, tenho certeza. – Ele caminhou para longe, deixando Olivia sozinha.

Ela caminhou para perto dos flashes que mirava o cadavér, onde estava reunido um pequeno grupo de peritos. Entre eles estava Shelie.

- Alguma novidade? – A perita perguntou.

- Até parece. – A auxiliar pressionou as têmporas com força. – Este homem está nos dando trabalho demais.

- Por pouco tempo, eu espero.

Olivia saiu dalí e caminhou até a calçada daquela pequena residência, sentiu a brisa leve bater contra seu rosto, enquanto o sol aquecia sua pele. Um carro preto estacionou do outro lado da rua, mas ela já o tinha visto antes. O homem alto e sério caminhou em sua direção, parecendo mais imponente do que o normal.

- Bom dia, senhorita. - Ele a cumprimentou.

- Bom dia. - Ela o devolveu tão pacífica que era como se nem estivesse lembrando da conversa que tiveram no dia anterior.

- Alguma novidade? - Esta parecia ser a pergunta mais utilizada àquela manhã.

- Relacionada ao crime, lamento dizer que não. - respondeu pensativa.

- E quais você têm? - Ele sorriu, brevemente.

- O quê? - Indagou ela confusa e, aparentemente, surpresa.

- Novidades. - Ethan levantou a sobrancelha esquerda, mostrando ser conhecedor do nervosismo da outra.

- Ah. - A jovem perita parecia estar completamente sem jeito. - É só que as pessoas estão ligadas demais a tudo isso, sabe? - Ela o olhou nos olhos. - Todos estão perturbados e irados.

- E você, como se sente? - Ela suspirou com aquela pergunta.

- Bem. - Sorriu abertamente para ele. - Não que eu esteja feliz com tudo isso, mas minha consciência e meu coração estão tranquilos.

- Fico feliz por você. - Comentou o delegado numa voz tão baixa que chamou a atenção da menina.

- Você fala como se não estivesse bem. - ele apenas olhou a paisagem ao redor deles. - Sabe, não é necessário ser forte o tempo todo. - ele a encarou com sarcasmo. - Estou falado sério.

- Eu sei. - disse por fim.

- Então pára. - Brigou ela, com notória raiva na voz. - Não aja como se pudesse resolver tudo, isso vai acabar o matando.

- Obrigado pelo conselho. - Sorriu ele. - Mas tenho um caso para resolver. - Ele caminhou até à entrada da porta, mas pôde ouvir um "hunf".

Ela não sabia, mas havia tocado em algo profundo nele e, dalí em diante, ele gostaria muito mais dela.