Capítulo 9: Destinado a Falhar

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 Eu não posso ACREDITAR o quão grande esse capítulo está! Caramba! Eu realmente não estava preparada para isso quando eu decidi os eventos desse capítulo! PHEW.
Este capítulo é um tanto "divertido" e "alegre" na medida do possível, então apreciem, apesar de haverem algumas percepções sombrias que tornam as coisas misturadas aqui ainda piores.

  ***

Não havia hematomas ou fraturas marcando a pele de Yuri após o encontro com Viktor, mas Yuuri sabia que Viktor tinha dito algo que o machucou interiormente. Como prometido, Yuri ficou com ele no momento em que Viktor se ausentou por negócios na manhã seguinte, mas ele não estava tão comunicativo como sempre. Ao invés disso, o loiro parecia como se estivesse constantemente prestes a chorar enquanto encarava seu telefone.

Yuuri ponderou por um bom tempo se ele deveria ou não perguntar, mas tanto silêncio vindo do jovem Yuri estava insuportável. Caso fosse Georgi, teria sido bem-vindo, mas isso ainda era bem estranho. "Chto sluchilos'?¹ "

"Zatknis' .²" Yuri sibilou em resposta, sem mover seus olhos verdes da tela do aparelho.

Bem, pelo menos sua atitude não havia sofrido com o que aconteceu. Aquela foi uma frase que Yuuri tinha certeza de ter tomado nota mais cedo, sabendo que ela seria dirigida a ele frequentemente. "Desculpe, eu apenas pensei-,"

Yuri ergueu o olhar para ele dessa vez. "Oh, desculpe, talvez seu russo ainda seja uma porcaria e você não entendeu isso. Eu disse, cale a porra da boca. Eu posso ter que ficar aqui e ser sua babá, mas eu não tenho que te escutar. Entendeu?"

Antes, Yuuri teria recuado, mas Yuri o tinha ensinado todo esse tempo a aguentar sozinho. A lutar de volta. "Pra alguém que quer algo de mim, você certamente não está se ajudando muito, não é?"

Jogando o telefone na almofada, Yuri se debruçou ameaçadoramente. "Oh, olha quem finalmente criou coragem. Tarde. Demais. Você levou tanto tempo pra parar de ser um maricas e agora eu estou fodidamente miserável por causa disso! Então me desculpe se eu realmente não dou a mínima pra você agora."

"Eu estou tentando!" Yuuri gritou, as mãos trêmulas se enrolavam em um punho. Deus, ele estava tentando. Ele estivera aterrorizado nas duas noites anteriores ao voltar do rinque e recusar os avanços de Viktor. Mesmo depois de Viktor ter se acomodado contra seu peito e não ter mostrado insistência, suas mãos ainda tremiam enquanto ele acariciava as madeixas prateadas. Foi pouco, mas mesmo assim, ainda foi uma vitória no final. Isso lhe despertou a coragem para agarrar a gravata de Viktor e praticamente pedir por sexo no dia seguinte quando ele o mandou embora do escritório. Felizmente, Viktor estava cansado demais naquela noite para fazer muita coisa. Yuuri havia tido sorte. O novo e caro relógio de marca em seu pulso era apenas mais uma prova de que ele estava progredindo.

"Se esforce mais," Yuri rosnou e sentou de volta no sofá. "Conserte as coisas. Se você quer voltar para as minhas boas graças, então conserte o que Viktor fez comigo."

"Como eu posso consertar algo do qual não sei nada a respeito?" Yuuri cuspiu. "Eu não faço ideia do que ele te disse no escritório. Diabos, eu nem sei por que ele te odeia em primeiro lugar!"

Yuri sorriu. Isso enviou um calafrio pela espinha de Yuuri, esmagando a chama que tinha momentaneamente acendido dentro dele. "Você quer saber por que Viktor me odeia? Certo. Viktor me odeia porque o cuzão do nosso pai traiu a mãe dele com a minha. Viktor me odeia porque a mãe dele ficou tão deprimida com isso que se matou na frente dele quando ele tinha nove anos. Viktor me odeia porque eu me pareço exatamente com o nosso velho e lembro ele cada maldita vez que Viktor olha pra mim. E agora, aquele psicopata filho da puta acha que estou apaixonado por você e me proibiu de ver a única pessoa com quem eu realmente me importo! Isso responde a sua pergunta?!"

Omerta - A Lei do Mais ForteOnde histórias criam vida. Descubra agora