02

1.4K 48 1
                                    

Paulo: e agora ?
Alicia: me diz você - disse frustrada.

Ainda não tinha caído a ficha de que eu estava grávida, era uma sensação bem entranha.

Paulo: eu não sei...você quer criar essa criança ?
Alicia: mas é claro! A gente não vai dar pra adoção e muito menos abortar, nós que erramos e agora temos que reconhecer e arcar com isso.
Paulo: tudo bem então, mas você não tomava o anticoncepcional ? Não tinha como isso ter acontecido.
Alicia: você sabia muito bem das chances de isso acontecer. Anticoncepcional não previne 100%.
Paulo: ah, ok.

Paulo estava com raiva ? Acho que não, ele estava desapontado e com medo. Mas quem também não estaria. O pai dele vai matar ele. Aí Deus, o pai dele.
A gente teria que contar para os nossos pais o mais rápido possível. Provável de meu pai me expulsar de casa. Eu não conseguia mais reprimir minhas lágrimas, desabei em um choro desesperado.

Paulo: ei, tá tudo bem - me abraçou e ficou acariciando meu cabelo - a gente vai ficar bem.

A voz dele falhou nessa última frase, ele sabia que não ia ficar bem, não com os pais que a gente tem e com um bebê crescendo dentro de mim. Durante o resto da noite, a gente conversou bastante e decidimos que essa criança ia crescer com um pai e uma mãe presente.
Isso era uma coisa que eu gostava bastante no nosso relacionamento, a gente não era apenas namorado e namorada, a gente era melhor amigo, nós poderíamos falar sobre tudo um para o outro sem medo de ser julgado. E isso é uma raridade nos dias atuais.

Muito mais do que uma festa |Paulicia|Onde histórias criam vida. Descubra agora