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Eu não conseguia pensar em nada, eu só conseguia chorar. Passei a noite inteira no mesmo lugar, abraçado nos meus joelhos pensando em como seria muito mais fácil se eu não fosse tão imbecil de ficar com o Matheus. 
7:43 ele entrou pela porta, a cara dele estava péssima, mas a minha deveria estar pior. Seus olhos estavam muito vermelhos e sua cara estava inchada, a minha também deveria estar. Ele apenas me olhou, me puxou e me abraçou. Me abraçou fortemente. Lágrimas começaram a despencar dos meus olhos, eu percebi que olhos dele se encheram de lágrimas.
Alicia: o que a gente vai fazer agora ?
Paulo: eu não sei, mas eu quero ter você para sempre na minha vida.
Alicia: eu também.
Quando a gente ia se beijar o celular dele começou a tocar, era a Marce. Perguntando em que horas a gente iria buscar a Clara, pois ela precisava se encontrar com o Mario as 8:30. Quando eu fui ver o horário, eram 7:50. Subi pra cima e peguei um moletom pra mim e pro Paulo, pois estava frio e eu ainda estava de vestido. Eu fui até o banheiro e quando me deparei com o meu estado eu levei um susto. Meu rímel estava na bochecha por causa das lágrimas. Lavei o rosto e tirei a maquiagem, mas meus olhos estavam muito vermelhos. Desci pro carro e entreguei pra ele o moletom, ele ligou o carro e fomos até a casa da Marce. Chegando lá ela abriu a porta, a Clara estava no seu colo um pouco sonolenta. Logo que viu nossas caras inchadas e nossos olhos vermelhos falou:
Marce: Tá tudo bem ? Eu acordei vocês ? Porque a cara de vocês não são das melhores.
Eu apenas olhei pra ela que logo me estendeu a Clara e se despediu da gente com beijinhos na bochecha. Eu entrei no carro e coloquei a Clara no banco de trás e logo fui para o banco da frente. Durante o caminho eu fui olhando pras pessoas que estavam andando pelas ruas, imaginando o porque delas estarem andando as 8:20 da manhã em um pleno sábado. Eu estava quase dormindo quando o Paulo me chamou e falou:
Paulo: e se a gente tentasse começar de novo ? Desde o começo ? Na época em que a gente era amigo colorido ? Só que em vez de só se beijar a gente pode fazer outras coisas também ?
Fiquei pensando um pouco, mas logo tomei minha decisão.
Alicia: pode ser, mas pode ficar só entre nós ?
Ele concordou com a cabeça e abriu um sorriso encantador.
Chegando em casa eu fui logo pro meu quarto, eu estava morrendo de sono. Depois de um tempo eu senti alguém se deitando junto comigo, lembrei que era o Paulo e o abracei, ele deixou o braço dele por cima de mim e parou a mão um pouco na bunda. De novo, eu fui acordar com os berros das meninas. Olhei pro meu celular e vi que o relógio marcavam 15:27 e havia muitas mensagens do pessoal falando que estavam vindo pra cá. As meninas berravam que ele estava com a mão na minha bunda, que a gente tava abraçados e que a gente tinha voltado, metade disso era verdade. Tirando a parte de que a gente tinha voltado, a gente era amigo colorido. Nada a mais.

Muito mais do que uma festa |Paulicia|Onde histórias criam vida. Descubra agora