Muito mais do que uma festa -18

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Não sabia exatamente em qual momento eu comecei a chorar. Só sei que eu reli e reli a carta muitas vezes.
Quando Marce e Majo entraram no quarto, se depararam comigo chorando aos soluços. Elas não entenderam nada, mas vieram me abraçar. Majo viu a carta e pegou-a, lendo e logo passando para Marce.
Marce estava chateada comigo, conseguia sentir isso. Após ela terminar a carta, se levantou em um pulo. Ela repetia repetidamente e em sussurros que ele não tinha feito aquilo.

- ele não pode ter feito isso - Majo falou com indignação - Alicia, ele não pode tirar a Clara de você.
- ele já fez isso - Marce falou.

Eu só conseguia chorar nos braços de Majo. Me sentia em perigo e sabia que só me sentia segura nos braços dele. Ele era meu porto seguro. Não poderia desaparecer do nada.
So conseguia me perguntar como eu tinha sido burra. Sempre fui de me precipitar e me arrependo profundamente. Nunca mais tomaria uma decisão rapidamente, prometi a mim mesma que pensaria e repensaria a cada decisão.
Chorei ate adormecer e torci para que quando acordasse, nada passaria de um sonho e eu poderia ver aqueles olhos azuis pelo corredor no dia seguinte. Que iria poder escutar o choro da minha bebê e poderia conversar com Paulo.
Mas o dia amanheceu e nada disso foi realizado. Passei o dia inteiro cabisbaixa. Acho que Marce ou Majo contaram para meus amigos, já que todos demonstraram suporte. Eles também estavam tristes, principalmente Mário e Marce. Obviamente, Marce não sabia para onde seu irmão tinha ido e Mário tinha perdido seu melhor amigo. No final, todos saímos perdendo e tudo isso por um ato meu. Quanta burrice a minha. Desejei por horas que ele não tivesse me deixado.

Muito mais do que uma festa |Paulicia|Onde histórias criam vida. Descubra agora