Muito mais do que uma festa |Paulicia|

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3 meses depois

Estava eu, Clara e Paulo assistindo um filme na sala. Então, o celular do Paulo começou a tocar e ele logo atendeu, provavelmente, o mesmo ficou uma 10 minutos falando com a pessoa. A cara dele não tava nem um pouco boa. Quando ele desligou olhei pra ele com cara de esperança.
Paulo: era o João, durante a noite, a Majo começou a sangrar e teve um aborto natural. Eles já foram no médico e já retiraram o feto agora ela tá trancada no quarto e ele não sabe o que fazer. Ele tá pedindo ajuda, porque sabe que você já passou por uma situação dessas e também porque você é uma das amigas mais próximas da Majo.

Eu ainda estava processando a informação, a Majo tinha perdido o bebê ? Como assim ? O feto era completamente saudável e tudo mais.

Clara:a gente vai na casa do tio João ? A tia Majo vai estar lá ?
Paulo: sim, peça pra Rosa colocar uma roupa em você que daqui a pouco vamos sair.
Clara: tudo bem, papai.

No caminho até o quarto, a gente foi falando disso.

Paulo: mas como será que isso aconteceu ?
Alicia: né, a Majo foi na terceira consulta dela semana passada e tava tudo bem.
Paulo: pelo que o João falou, ela não sai do quarto. E ele não sabe mais o que fazer.

Continuamos a falar o resto da caminho até a casa do João que era onde os dois estavam. Chegando lá, tocamos a campainha, logo João apareceu com uma cara de gente morta.

João: oi gente - falou dando um abraço em cada um - entrem.

Eu resolvi ir falar com a Majo, enquanto Paulo ficava com Clara e Joao na sala, João estava contando detalhadamente o que aconteceu.
Bati na porta do quarto e nada, bati de novo, nada.

Alicia: Majo, é a Alicia. Abre aqui pra gente conversar - não obtive resposta - hey, eu sei o que você está passando, porque eu também passei. Mas quando eu passei por essa situação, eu tive ajuda, e sei que isso me fez muito melhor. Então, deixe-me te ajudar.

De repente, ela abriu a porta e me abraçou forte. Seus olhos estavam vermelhos e sua feição era triste e cansada.

Alicia: o, meu amor. Não fica assim não! O bebê agora tá no céu.
Majo: eu sei, mas eu e o João já tínhamos tudo preparado. Até casa a gente comprou para poder criar essa criança e agora ela morre ? Eu não aguento essa dor, Ali.
Alicia: essa dor é uma das piores que existe, eu te entendo 100%. Mas se Deus quis levar o bebê, é porque tem algum motivo. Não fica preocupada não.
Majo: foram poucos meses, eu sei, mas eu já tinha um carinho enorme. E aquelas palavras foram tão dolorosas - falou chorando.
Alicia: eu sei, eu sei, meu amor - disse e abracei ela, enquanto a gente deitava na cama.

Se passou uma hora e Majo tinha adormecido em meus braços, eu resolvi acordar ela porque ela e o João precisavam conversar. A gente desceu e Paulo e João estavam conversando enquanto Clara brincava no meu celular.

Majo: Alicia, não me entenda mal, mas a última coisa que eu quero ver agora é uma criança, e a Clara aqui, não esta me ajudando em nada.
Alicia: nem pensei nisso, desculpa, nós já estamos indo, aproveitem e conversem.